A vistoria ao Elevador da Glória, no dia do acidente, durou 33 minutos, mas até 2007 esse trabalho durava 24 horas diárias e era composta por 24 profissionais em turnos de oito horas feitos em dupla.
Como noticiado esta quinta-feira pela SIC, o Elevador da Glória foi alvo de uma inspeção na manhã desta quarta-feira, horas antes do trágico acidente que causou 16 mortos e mais de 20 feridos. O documento da empresa responsável pela manutenção do ascensor revela que a inspeção realizada no dia do acidente começou às 09h13 e terminou cerca de meia-hora depois, às 09h46.
Segundo o jornal Público, essa mesma vistoria era realizada de forma muito mais minuciosa até 2007 e em caso de quebra de fios do cabo de aço, o elevador era imediatamente parado. Até esse ano, a manutenção era feita em exclusivo pela Carris, com vistorias que duravam o dia inteiro, todos os dias.
Ao todo, a Carris dispunha de uma equipa de 24 funcionários que se dividiam em turnos de oito horas, cada turno com dois trabalhadores em cada uma das cabines do elevador. O trabalho consistia na verificação ao minuto das condições dos cabos, observando, através do uso de umas luvas por onde os cabos deslizavam, se havia quebra de fios no cabo.
Atualmente, a vistoria e manutenção é feita por uma empresa externa composta por apenas seis técnicos.
Lista de procedimentos detalhada
A lista de procedimentos é bastante detalhada e descreve que os elementos vitais do ascensor foram alvo de uma inspeção visual. São os casos dos cabos, do carril e da cabine, sendo que todos os itens receberam o 'OK' dos técnicos.
A ordem de trabalhos refere também que faltavam 263 dias para substituir o cabo que une os dois ascensores e que partiu, uma troca que, segundo o documento, acontece a cada 600 dias.
O documento conclui ainda que o ascensor tinha todas as condições para operar.