Esta sexta-feira foi dia de despedida e homenagem às vítimas do acidente no Elevador da Glória. O corpo do guarda-freio esteve na Basílica da Estrela, onde foi celebrada uma missa em memória dos funcionários da Santa Casa da Misericórdia. Centenas de pessoas passaram pelo memorial da Praça dos Restauradores.
Emocionada, uma avó cumpriu o gesto pedido pelo neto, que adorava andar no que chamava de "Cavalinho da Glória".
Maria Rosa recorda: "Ele vinha muitas vezes. O menino adorava vir aqui, chamava-lhe o cavalinho. Agora está em Genebra. Estive a falar com ele, e ele disse: 'Que pena, mete balões, vovó, para ir para o céu'."
Natália, que vive em Inglaterra, prometeu às filhas fazer imagens do local onde os pais se apaixonaram, na calçada da sua infância. Durante uma visita, uma mudança de planos fez com que escapasse à tragédia.
"Através de uma amiga, desviei o caminho. Não é a minha vez, ainda. Quando cheguei, lavada em lágrimas e sem palavras, lembrei-me da história da minha mãe. A emoção foi muito grande. Já estou recomposta, mas desejo que todas as famílias tenham coragem", afirmou Natália Cardoso.
"Foi horrível, chorei muito"
Ainda incrédulos, dois dias depois do choque, muitos continuam a encher a Praça dos Restauradores com orações e momentos de silêncio. Muitos são os que expressam o seu pesar.
Uma das testemunhas compartilhou: "Foi horrível, chorei muito. Poderia ter sido pior. Não acreditei, continuei a ver. Foi muito duro. Vamos ver o que nos diz o Governo e os ministros sobre isto."
Mensagens de solidariedade foram expressas em várias línguas para aqueles que sofreram perdas irreparáveis. O primeiro-ministro do Luxemburgo fez questão de passar pelo memorial, acompanhado da esposa, para prestar condolências às vítimas e suas famílias.
"Estamos aqui como seres humanos, e até porque é uma situação que podia ter acontecido a qualquer um de nós. Sabemos o quão terrível é perder familiares", disse Luc Frieden.
As quatro vítimas, que eram funcionárias da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, foram homenageadas numa missa, em que estiveram presentes Carlos Moedas e Marcelo Rebelo de Sousa, que saíram em silêncio.
O Presidente da República também não fez declarações à saída do velório de uma das funcionárias da Santa Casa. O corpo do guarda-freio esteve na Basílica da Estrela para o último adeus dos funcionários da Carris. O funeral está marcado para este sábado, em Oleiros.