Abusos na Igreja Católica

"Todos somos pecadores", bispo de Beja sugere que padres suspeitos possam ser perdoados

"Todos somos pecadores, todos somos limitados, todos temos falhas. Esta maneira de abordar não é muito católica. Na Igreja Católica existe o perdão", defende D. João Marcos em entrevista exclusiva à SIC.

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O bispo de Beja diz que a forma como se olha para o escândalo de abusos sexuais na Igreja não tem sido muito católica e lembra o valor da caridade e do perdão. Em entrevista exclusiva à SIC, no Primeiro Jornal, D. João Marcos sugere que se os padres suspeitos estiverem arrependidos, devem ser perdoados.

"Todos somos pecadores, todos somos limitados, todos temos falhas. Esta maneira de abordar não é muito católica. Na igreja católica existe o perdão", começa por referir o bispo de Beja.

As denúncias dos abusos sexuais na Igreja em Portugal foram tornadas públicas em fevereiro, após o trabalho da Comissão Independente. A reação de D. João Marcos vem juntar-se a outras posições polémicas na hierarquia da Igreja Católica portuguesa.

"O perdão é um novo nascimento. Se realmente as pessoas estão arrependidas do que fizeram e fizeram penitência e repararam o mal que fizeram. Se há este novo nascimento, que o perdão nos oferece, isso é importante, não podemos desvalorizar isso", defende o bispo de Beja, em declarações à SIC.

Questionado sobre se se deve ir à justiça ou basta apenas o perdão, o bispo de Beja responde: "A justiça é como que a estrutura, que segura, que dá firmeza, a este edifício que é a caridade, que é o perdão, que é a misericórdia".


A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica divulgou, a 13 de fevereiro, as conclusões do trabalho realizado ao longo de 2022 e que resultou na recolha de centenas de testemunhos de vítimas. O documento foi entregue posteriormente à Conferência Episcopal Portuguesa.

No primeiro relatório do género divulgado em Portugal, admite-se que terá havido "no mínimo" 4.415 vítimas de abusos sexuais na Igreja.

Veja aqui o relatório completo - “Dar Voz ao Silêncio”

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