Falar com as finanças por telefone é quase sempre difícil e demorado. Por estes dias, ainda mais. A Autoridade Tributária não sabe quando é que se vai processar o pagamento da devolução das propinas. Não sabem eles… e parece não saber ninguém.
Através de uma chamada tentou-se perceber como é que alguém que deveria ter recebido a devolução das propinas a 30 de julho ainda não recebeu nada.
Fez a candidatura no ano passado, recebeu os 697 euros a que tinha direito pela licenciatura que tirou e este ano deveria receber mais 697. Mas não recebeu e não sabe porquê nem quando vai receber. E não é caso único.
"Eu contactei no dia 31 de julho a AT que me informou que tinham recebido no dia anterior uma informação que dizia que o pagamento seria feito na primeira semana de agosto”, conra Rafaela Pires, beneficiária do prémio salarial.
Como isso não aconteceu, Rafaela, e muitos outros jovens que têm direito ao prémio salarial, voltaram a questionar a autoridade tributária que deu sempre respostas diferentes. A Rafaela, a AT voltou a empurrar o pagamento agora para o final desta semana.
A outras pessoas, que nas redes sociais partilham a frustração de ainda não terem recebido o dinheiro, foi dito que não sabem, que não há data para pagar ou que estão à espera de autorizações para processar os pagamentos.
O que é certo é que as novas candidaturas para este apoio, aprovado pelo último governo de António Costa, deveriam ter sido abertas em maio, mas isso não aconteceu. O Governo já tinha dado a entender que queria acabar com o prémio salarial.
Mas a confirmar-se o fim, seria só para novos candidatos. Quem já tem direito à devolução das propinas deveria continuar a receber todos os anos. Por cada ano de licenciatura ou mestrado. Sem necessidade de fazer um novo pedido. É automático.
Mas isso não está a acontecer. Há mais de 100 mil jovens à espera. A SIC está desde a semana passada a tentar contactar o ministério das Finanças para perceber por que motivo a devolução das propinas este ano está atrasada. Mas em seis dias, não parece ter existido disponibilidade para esclarecer estas dúvidas.