É ainda incerto o que irá acontecer, ainda assim, se avançarem mesmo as taxas aplicadas pela Europa aos Estados Unidos, a maioria de 25%, nesta estratégia contra ataque de Bruxelas na guerra comercial com Washington o que por cá podemos ter é um pouco mais de inflação, ou seja, uma subida de preços.
“Se estas taxas se impuserem sobre os produtos importados, aquilo que vamos ter é um pouco de inflação. Nem todos os produtos vão ser afetados da mesma forma. A inflação que vai ser depois divulgada na aparece da mesma maneira, ou seja, multiplicada por um quarto… longe disso”, explica João Duque, economista.
Os Estados Unidos são o 9.º principal país fornecedor de Portugal. Com as medidas agora anunciadas por Bruxelas, são mais de 1500 os produtos que passam a ser fortemente taxados, entram na indústria e na agricultura.
No topo da lista está a soja
No ano passado, as importações desta leguminosa ficaram acima dos 170 milhões de euros. 35% deste produto no nosso mercado veio dos Estados Unidos.
Ainda na área alimentar há o milho, quase 60 milhões em valor importado a partir do solo norte-americano. O peso, neste caso, das importações dos Estados Unidos foi de quase 17%. Sendo que estas lista tem outros produtos em destaque como o plástico, quase 79 milhões de euros, e as máquinas e aparelhos elétricos, 124 milhões de euros.
Ou seja, os telemóveis que chegam dos Estados Unidos podem ficar substancialmente mais caros, mas uma coisa é certa: neste caso e quanto a estes produtos existem alternativas no mercado.
A lista inclui também os amendoins, mais de 18% deste produto que recebemos o ano passado veio dos Estados Unidos. Há ainda os produtos de beleza e de maquilhagem, também o alumínio, o ferro e o aço e a indústria química, neste caso, poderá ter impacto no setor farmacêutico.
Governo português está a preparar medidas de apoio às empresas exportadoras
Em Portugal, entre os produtos mais importados dos Estados Unidos estão o petróleo e o gás. Ficam fora da lista definida por Bruxelas. Mais que tudo, devido ao peso que têm na economia.
As tarifas europeias vão entrar em vigor se não houver acordo, entre 15 de abril e 1 dezembro. Quanto ao impacto das tarifas norte-americanas, o Governo português está a preparar medidas de apoio às empresas exportadoras.