Depois das descidas das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE), as prestações ao banco para quem tem crédito habitação também vão descer, mas vai demorar até os portugueses sentirem o efeito na carteira. Segundo as simulações da DECO Proteste para a SIC, a redução na mensalidade a pagar ao banco pode chegar a mais de 50 euros.
A segunda descida dos juros já era esperada. Mas, quanto à próxima redução, Christine Lagarde prefere esperar.
“Continuaremos a seguir uma abordagem dependente dos dados e isso justifica-se especialmente tendo em conta toda a incerteza”, defendeu a presidente do BCE.
O Banco Central Europeu desceu em 60 pontos base a taxa de juro de refinanciamento. Até agora estava em 4,25%, passa para 3,65%. É esta taxa que influencia as taxas Euribor, que, por sua vez, ditam quanto as famílias pagam pelas prestações do crédito à habitação.
Veja as simulações
A descida ainda vai demorar até chegar à carteira dos portugueses, mas, na simulação feita pela DECO Proteste para a SIC, já é possível prever as mudanças.
No caso de uma dívida de 150 mil euros a 30 anos e um spread de 1%, e se aplicarmos a descida de 0,60% nas taxas Euribor, a descida para os contratos de crédito associados à Euribora três meses e revistos em dezembro será de 52,68 euros face à prestação deste mês.
Na próxima revisão, daqui a seis meses (e se a Euribor seguir esta trajetória), a prestação da casa que este mês ronda os 753 euros, com esta redução,deverá passar para 701 - uma descida também superior a 50 euros.
Já nos contratos de crédito com a Euribor a 12 meses e com base na queda dos juros do BCE, na próxima revisão daqui a um ano, a prestação deverá ser de 679 euros. Uma poupança de 51 euros, em comparação com o que paga atualmente.
BCE mudou política monetária
As taxas Euribor baseiam-se na média das taxas de juro praticadas nos empréstimos entre bancos europeus, que refletem a taxa de refinanciamento do Banco Central Europeu.
O BCE decidiu agora mudar a orientação da política monetária e, para Frankfurt, o que passa a contar é a taxa dos depósitos, que foi reduzida em 25 pontos base, passando de 3,75% para 3,5%.
Até ao final do ano, os mercados preveem mais um corte dos juros.