Economia

Peso dos juros na prestação da casa mais do que triplicou desde 2022

As famílias portuguesas com crédito à habitação estão a abater menos os empréstimos. Na prestação que pagam todos os meses aos bancos, os juros pesam cada vez mais. Em dois anos, o peso dos juros em cada mensalidade mais do que triplicou.

Catarina Lúcia Carvalho

Eurico Bastos

É cada vez maior o peso que os juros têm numa prestação mensal de um crédito à habitação. Em 2022, os juros representavam 17% de cada prestação da casa, agora representam 60% e só os restantes 40% dizem realmente respeito à amortização do empréstimo.

Em dois anos, o peso dos juros mais do que triplicou, contas feitas pelo jornal Público. Significa que, apesar de estarem a pagar mais aos bancos pelo empréstimo da casa, os portugueses estão a abater menos crédito por cada prestação.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em julho, a taxa de juro implícita voltou a diminuir. Foi o sexto mês consecutivo. Mas, a redução ainda não se reflete da mesma forma nas prestações mensais das famílias portuguesas, já que a maioria dos empréstimos à habitação estão indexados à taxa Euribor a 12 meses.

A prestação mensal média ronda agora os 405 euros. 55% acima dos 261 euros que os portugueses pagavam em junho de 2022, antes de o Banco Central Europeu ter começado a subir as taxas de juro.

A expectativa é de que a partir de setembro, o Banco Central Europeu (BCE) volte a descer as taxas. Um desejado alívio para as famílias com crédito à habitação, numa altura em que a prestação da casa já leva mais de um terço de um salário médio em Portugal.

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