Para muitos alunos as palavras trabalhar e estudar andam de mãos dadas. No ensino público, são cada vez mais os que não se podem dar ao luxo de só aprender.
"Tivemos um período de inflação bastante elevado que levou ao apertar da disponibilidade financeira dos agregados familiares e, sobretudo, de despesas diretamente ligadas à frequência do ensino superior. Não temos apenas a propina, as taxa e os custos administrativos, mas depois [temos] sobretudo o alojamento", diz Mariana Barbosa da Federação Académica de Lisboa.
No ano letivo 2019/2020 existiam em Portugal cerca de 21 mil trabalhadores estudantes no ensino público. Agora, o valor passa os 32 mil.
A Federação Académica de Lisboa diz que as universidades não levam em conta o esforço que muitos fazem para estudar.
"Temos também um dos regimes europeus mais exigentes do ensino superior. Temos muitas aulas. muito tempo passado em aulas teóricas, em aulas práticas que muitas vezes o estudante não pode faltar. Temos uma avaliação continua exigente com muitos trabalhos, com muitas frequências. (...) Quando um estudante escolhe trabalhar e estudar está a escolher um em detrimento do outro", explica Mariana Barbosa.
Em 5 anos, o número dos que requerem estatuto de trabalhador estudante aumentou 24%. Este número pode subir já que há pedidos que ainda não foram validados.