Cresceu o número de famílias ricas que declaram IRS. Na última década aumentaram 98% e o imposto que pagam ao Estado triplicou. Os dados são da Autoridade Tributária e dizem respeito a 2022.
Engloba todo o tipo de rendimentos: desde o trabalho, pensões, dividendos, rendas, mais valias imobiliárias, heranças e rendimentos obtidos no estrangeiro.
No escalão mais elevado estavam em 2022 mais de cinco mil famílias com rendimentos anuais iguais ou superiores a 250 mil euros brutos. Há 10 anos eram metade.
Nestas cinco mil famílias, cada agregado ou uma única pessoa ganha em média 20 mil euros brutos por mês.
As famílias mais ricas pagaram ao Estado mais de 1,1 mil milhões de euros em IRS em 2022, segundo o Dinheiro Vivo.
Também há mais famílias pobres
No lado oposto estão as famílias mais pobres, que aumentaram para 2,9 milhões. Uma subida de cerca de 20%. Ganham menos de 13.500 euros brutos por ano, ou seja, menos de 1.000 euros brutos por mês.
O imposto que pagaram ao Estado também disparou, mais de 700% desde 2012, segundo a AT. É oito vezes mais do que pagavam há uma década.
Estes trabalhadores e pensionistas representam metade dos agregados com rendimentos declarados em IRS. Muitos recebem também apoios sociais pagos pela Segurança Social porque o salário ou a pensão não chegam para fazer face às despesas. Estes apoios não contam para efeitos de IRS.
E a classe média?
Já a classe média, que ganha entre os 19 mil euros brutos e os 40 mil por ano, representam 24% dos que pagam IRS, ou seja, mais de 1,4 milhões de agregados.
Quem ganha entre os 40 mil brutos por ano até aos 100 mil euros contribui com mais de 41% do imposto pago ao Estado. Ao todo foram 5,8 milhões de famílias que declararam rendimentos às Finanças em 2022.