Economia

Desigualdade salarial: mulheres são mais qualificadas, mas têm salários mais baixos

Existem, igualmente, situações em que mulheres e homens ficam registados em categorias diferentes e por isso com salários diferentes que beneficiam os homens.

Elsa Gonçalves

Ana Rita Sena

Um protesto no Dia da Mulher, um dia em que se sabe que, em Portugal, em média, os homens levam para casa mais 238 euros por mês. A diferença é ainda maior quanto maior for o salário.

No mercado de trabalho são ainda muitas as discrepâncias salariais entre mulheres e homens, segundo os números do Ministério do Trabalho, a que o Expresso teve acesso.

As mulheres ganham em média, por mês, menos 238 euros do que os homens (-16%) e a diferença acentua-se com a subida das qualificações num quadro superior chega aos 761 euros (- 26%).

Apesar de terem mais qualificações, há mais mulheres nas atividades e profissões com remunerações mais baixas, ou seja sobre-qualificadas.

No dinheiro que ambos levam para casa entram os subsídios e complementos e, também aqui, os homens recebem mais subsídios de risco exercendo funções idênticas.

Existem, igualmente, situações em que mulheres e homens ficam registados em categorias diferentes e por isso com salários diferentes que beneficiam os homens.

No acesso a cargos de chefia, as empresas cotadas cumprem as cotas obrigatórias para mulheres, mas de acordo com o livro branco sobre equilíbrio entre mulheres e homens nos órgãos de gestão, nas 50 maiores empresas do país só 13% dos lugares de topo eram ocupados por mulheres, apesar de existir desde 2019 uma lei para assegurar a igualdade salarial.

No dia a dia, a realidade continua a ser muito diferente em função do género.

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