Economia

Salário das mulheres: CGTP denuncia discriminação e desigualdades

Cerca de 70% das mulheres recebia menos de mil euros brutos em 2023 no setor privado. A CGTP alerta que existe "discriminação e desigualdades crescentes". "As mulheres são hoje a maioria dos trabalhadores desempregados, a maioria que recebe apenas o salário mínimo nacional e a maioria com vínculo de trabalho não permanente", diz uma responsável da intersindical.

João Maldonado

A CGTP alerta para a discriminação das trabalhadoras portuguesas. A intersindical diz que as condições de trabalho estão a agravar-se e que a maioria das mulheres ganha menos de mil euros.

O estudo tem por base dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), do Ministério do Trabalho e do Eurostat.

"Acreditamos que existe discriminação e desigualdades crescentes. As mulheres são hoje a maioria dos trabalhadores desempregados, a maioria que recebe apenas o salário mínimo nacional e a maioria com vínculo de trabalho não permanente", afirma Fátima Messias, coordenadora da Comissão Igualdade CGTP.

De acordo com a CGTP, mais de 68% das mulheres a trabalhar no setor privado em Portugal recebia, por mês, menos de 1000 euros brutos, em 2023.

Mas se olharmos a salários ainda mais baixos - com um teto de 800 euros brutos -, a diferença aumenta: 46% das mulheres recebia esse valor em comparação com cerca de 38% dos homens.

"Há avanços na lei ao longo dos anos, mas a realidade comprova que não houve avanços. As desigualdades estão mais presentes no local de trabalho", diz a mesma responsável da CGTP.

A realidade pode ser demonstrada, garante a CGTP, pelos últimos três meses de 2023.

O salário médio líquido das mulheres correspondia a 965 euros e o dos homens a 1.140.

A CGTP assinala a semana da igualdade. O Dia Internacional da Mulher comemora-se na sexta-feira.

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