A CGTP alerta para a discriminação das trabalhadoras portuguesas. A intersindical diz que as condições de trabalho estão a agravar-se e que a maioria das mulheres ganha menos de mil euros.
O estudo tem por base dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), do Ministério do Trabalho e do Eurostat.
"Acreditamos que existe discriminação e desigualdades crescentes. As mulheres são hoje a maioria dos trabalhadores desempregados, a maioria que recebe apenas o salário mínimo nacional e a maioria com vínculo de trabalho não permanente", afirma Fátima Messias, coordenadora da Comissão Igualdade CGTP.
De acordo com a CGTP, mais de 68% das mulheres a trabalhar no setor privado em Portugal recebia, por mês, menos de 1000 euros brutos, em 2023.
Mas se olharmos a salários ainda mais baixos - com um teto de 800 euros brutos -, a diferença aumenta: 46% das mulheres recebia esse valor em comparação com cerca de 38% dos homens.
"Há avanços na lei ao longo dos anos, mas a realidade comprova que não houve avanços. As desigualdades estão mais presentes no local de trabalho", diz a mesma responsável da CGTP.
A realidade pode ser demonstrada, garante a CGTP, pelos últimos três meses de 2023.
O salário médio líquido das mulheres correspondia a 965 euros e o dos homens a 1.140.
A CGTP assinala a semana da igualdade. O Dia Internacional da Mulher comemora-se na sexta-feira.