Economia

Agricultores não desarmam até terem resposta do Governo

Quem quis chegar a Lisboa na manhã desta sexta-feira pela ponte Vasco da Gama sentiu grandes dificuldades, devido à marcha lenta dos agricultores. Mas não foram só os acessos à capital a ficar congestionados. Os agricultores de vários pontos do país exigem ao Governo medidas e prazos concretos.

MIGUEL PEREIRA DA SILVA

SIC Notícias

O protesto dos agricultores perdeu fôlego depois de o Governo se comprometer com medidas e prazos concretos. Mas nem todos acreditam nas promessas da ministra da Agricultura e decidiram continuar nas ruas em vários pontos do país.

O protesto mais expressivo foi na A33, entre o Montijo e Alcochete, e complicou o trânsito na Ponte Vasco da Gama. Terminou por volta das 12:00, mas ainda há cerca de 100 agricultores no local, enquanto aguardam pelo fim da reunião com a tutela.

Quem quis chegar a Lisboa na manhã desta sexta-feira pela ponte Vasco da Gama sentiu grandes dificuldades, devido à marcha lenta dos agricultores em plena hora de ponta.

Para não perder o controlo da situação, a GNR optou por - preventivamente - cortar o acesso da A33 à Vasco da Gama de madrugada. As autoridades receavam que os agricultores chegassem à ponte e de lá não saíssem.

Ainda assim, juntaram-se em vários pontos de Alcochete, do Montijo, da Lançada e da Moita. O protesto durou cerca de seis horas e juntou entre 150 a 200 veículos.

“Estamos cada vez mais pobres”, alertam agricultores

Mas não foram só os acessos à capital a ficar congestionados nesta sexta-feira. Em Coimbra, os agricultores passaram a noite na Avenida Fernão de Magalhães, uma das principais artérias da cidade, que esteve esta manhã parcialmente bloqueada por mais de 250 tratores em protesto.

“É urgente baixar o preço sobre o que compramos e subir o dos nossos produtos. Estamos cada vez mais pobres em vez de lutar pela soberania nacional, estamos a importar cada vez mais lá de fora”, disse à SIC um agricultor.

Em Coimbra, o protesto dura há mais de 24 horas. O documento com as reivindicações foi entregue na quinta-feira à Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro. Os agricultores prometem não desmobilizar até terem uma resposta para os problemas do Baixo Mondego.

No contexto nacional, unem-se à bandeira de luta que exige garantias de financiamento até 2027 no âmbito do PEPAC - o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum.

Agricultores do Ribatejo também quiseram mostrar união

No Ribatejo, dezenas de agricultores condicionaram o trânsito da Nacional 10. A ponte de acesso a Vila Franca de Xira esteve cortada ao trânsito nas primeiras horas da manhã e, depois, dezenas de tratores continuaram em marcha lenta.

Chegou a levantar-se a possibilidade de tentarem entrar na A1, uma das autoestradas mais movimentadas do país, mas para já essa hipótese está colocada de parte.

As reivindicações acabam por ser as mesmas. Mais do que um problema nacional, estes agricultores reclamam por mudanças nas políticas europeias.

Em Estarreja, marcha lenta provocou constrangimentos

Em Estarreja, cerca de uma centena de pequenos e médios agricultores fizeram a Nacional 109 em marcha lenta durante três quilómetros, passando pelas entradas da A1. Dizem que à morte ninguém escapa, mas esta marcha lenta é mais uma tentativa destes homens para salvarem a agricultura no distrito.

Os milhões anunciados na quinta-feira pelo Governo não foram suficientemente persuasivos.

Os custos de produção e os preços pagos ao pequeno e médio agricultor são a grande preocupação destes homens, que prometem voltar a manifestar-se.

Últimas