António Costa nega que a compra das ações dos CTT tenha sido mantida em segredo. O ainda primeiro-ministro diz que a operação só não foi divulgada publicamente para não influenciar o preço. O regulador confirma à SIC que a aquisição não tinha de ser comunicada ao mercado.
Os documentos foram tornados públicos agora, mais de dois anos depois da Parpública, por ordem do Ministério das Finanças, ter comprado 0,24% das ações do CTT.
O despacho do então ministro João Leão, de agosto de 2021, tendo em conta a necessidade de informar o mercado sempre que é adquirida uma posição participada de pelo menos 2%, determinou a compra faseada em bolsa de ações dos CTT até ao limiar máximo de 1,95%. Pelo menos, numa primeira fase.
Questionada pela SIC, a CMVM, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, que supervisiona e regula os mercados, confirma que a participação adquirida que, afinal, foi de apenas 0,24% não tinha de ser comunicada ao mercado.
O primeiro-ministro diz que o Governo não escondeu nada, ainda que só agora a operação tenha sido divulgada publicamente.
Pedro Nuno Santos, na altura ministro das Infraestruturas, um dia depois de ter dito que não tinha explicações a dar, quis falar aos jornalistas para dizer que sabia e concordou com a compra das ações.
Explicações que para o PSD não chegam. Luís Montenegro diz que Pedro Nuno Santos tem mais explicações a dar.
Pedro Nuno Santos e também António Costa negam que o aumento da participação do Estado tenha tido como objetivo agradar aos antigos parceiros de geringonça PCP e Bloco de Esquerda. Explicam que a intenção era garantir o serviço postal.
Para o futuro, se for primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos não prevê novos investimentos nos CTT, mas também não os exclui.