Economia

Parlamento dos Açores chumba orçamento

Por um voto de diferença, foi chumbado nos Açores o Orçamento regional - facto inédito na história da democracia no arquipélago. Governo regional, liderado pelo PSD, quer apresentar segunda proposta.

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Lusa

O Plano e o Orçamento dos Açores para 2024 foram esta quinta-feira chumbados durante a votação na Assembleia Regional com os votos contra da IL, PS e BE e as abstenções do Chega e do PAN.

Os partidos que integram o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) e o deputado independente Carlos Furtado (ex-Chega) votaram a favor dos documentos.

As votações na generalidade aconteceram no plenário da Assembleia Legislativa, na Horta, após quatro dias de discussão.Os documentos previsionais para o próximo ano foram rejeitados com 25 votos contra do PS, dois do BE e um da IL e duas abstenções do Chega e PAN. Votaram a favor 21 deputados do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM e um independente.

O Plano e Orçamento para 2024, de cerca de dois mil milhões de euros, foram os primeiros a serem votados após a IL e o deputado independente terem denunciado em março os acordos escritos que asseguravam a maioria parlamentar ao Governo dos Açores.

A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da IL, um do PAN, um do Chega e um independente (eleito pelo Chega).Hoje, prevendo o resultado da votação, o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, manifestou a intenção de apresentar uma nova proposta de Orçamento Regional para 2024.

"Em breve, iniciarei o procedimento de apresentação de nova proposta, renovando e intensificando o diálogo, sobretudo com os partidos que estejam disponíveis para participar na solução", afirmou o líder do executivo regional, que tomou posse em novembro de 2020, na intervenção final do debate dos documentos para o próximo ano.

Mais tarde, em declarações aos jornalistas, José Manuel Bolieiro considerou que deverá ser "o povo" a decidir caso uma segunda proposta de Orçamento Regional seja chumbada, admitindo não ver outra solução.

"Acho que não há outra solução", disse.

A lei de enquadramento do Orçamento da Região Autónoma dos Açores indica que, em caso de reprovação, o executivo deverá apresentar à Assembleia Legislativa Regional uma nova proposta de orçamento "no prazo de 90 dias sobre a data da rejeição".O Regimento da Assembleia Legislativa Regional e o Estatuto Político-Administrativo dos Açores preveem a queda do Governo Regional apenas em casos de aprovação de uma moção de censura ou de rejeição de um voto de confiança ou então se o Presidente da República decidir dissolver o parlamento regional.

Marcelo recebe partidos a 30 de novembro

O Presidente da República vai receber os partidos representados na Assembleia Legislativa Regional dos Açores daqui a uma semana, no dia 30 de novembro, na sequência do chumbo do orçamento regional.

Pode ler-se numa nota no sítio oficial da Presidência da República: Marcelo Rebelo de Sousa “vai receber os partidos políticos com representação na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, no próximo dia 30 de novembro, à tarde”.

[Notícia atualizada às 17:10]

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