A Operação Influencer envolve investigações à volta de negócios do Estado com empresas que promovem a exploração do lítio e utilização do hidrogénio verde como fontes de energias renováveis. Mas o que é, ao certo, este elemento químico que, indiretamente, colocou o país em suspenso esta semana?
O hidrogénio (H2) é o elemento químico que mais existe na natureza, tal como indica a AIE a sua procura global como combustível triplicou desde 1975. Este elemento é fonte de energia limpa que só emite vapor de água e não deixa resíduos no ar, ao contrário do carvão e do petróleo.
Como?
A descarbonização do planeta vem no seguimento de um mundo diferente até 2050: mais acessível eficiente e sustentável, movido por energias limpas como é considera o hidrogénio verde.
O hidrogénio é um combustível universal, leve e muito reativo, por via de um processo químico conhecido como eletrólise que utiliza corrente elétrica para separar hidrogénio do oxigénio que existe na água.
Por isso, se a eletricidade for obtida de fontes renováveis, então a energia produzida não emite dióxido de carbono na atmosfera.
Há, no entanto, algumas interrogações sobre a viabilidade do hidrogénio verde pelo seu alto custo de produção.
Vantagens e desvantagens
Notas positivas
- 100% sustentável;
- Armazenamento fácil, o que permite a sua utilização posterior em outros usos;
- Versátil, podendo ser transformado em eletricidade ou combustíveis sintéticos para finalidades comerciais, industriais ou de mobilidade.
Notas negativas
- Custo mais alto, sendo a energia procedente de fontes renováveis é mais cara de gerar
- Maior gasto de energia;
- Segurança dúbia, sendo o H2 volátil e inflamável o que leva a que requisitos de segurança sejam apertados para evitar fugas e explosões.
Plano português
De acordo com a Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2), Portugal tem pensado, para a próxima década, numa combinação de diversas opções de políticas e medidas, bem como de opções tecnológicas variadas, procurando encontrar sinergias.
Tal como esclarece o nome do plano, merece destaque o papel que os gases renováveis, em particular o hidrogénio, podem desempenhar na descarbonização dos vários setores da economia, “o que permitirá alcançar níveis elevados de incorporação de fontes renováveis de energia no consumo final de energia de forma mais eficiente, e por outro lado, tendo em conta a sua flexibilidade e complementaridade com o Sistema Elétrico Nacional, seja na versão consumo, armazenamento ou produção, permite acelerar a descarbonização do próprio setor elétrico”.
Desta forma, o Governo procura continuar a promover uma política industrial em torno do hidrogénio, que se baseia na definição de um conjunto de políticas públicas que orientam, coordenam e mobilizam investimento público e privado em projetos nas áreas da produção, do armazenamento, do transporte e do consumo e utilização de gases renováveis em Portugal.
Objetivos para 2030 da EN-H2
Do consumo final energia o objetivo é que 5% seja de H2, a mesma meta é colocada para consumo do transporte rodoviário e setor da indústria. Já no que diz respeito às redes de gás natural o objetivo é que 15% do injetado seja de H2.