Economia

Estado deverá arrecadar valor recorde de impostos em 2024

Apesar da descida do IRS em 2024, o Estado prevê arrecadar mais dinheiro com impostos indiretos. Vão ser, a mais, quase três mil milhões de euros.

Catarina Coutinho

Diogo Sentieiro

Gonçalo de Freitas

Com as mexidas previstas para o próximo ano, as receitas do IRS caem e as famílias vão poupar quase 1.300 milhões de euros. Mas como os salários aumentam e há mais trabalhadores empregados, a perda para o Estado é reduzida para os 70 milhões.

As famílias poupam na hora de receber o salário, por causa das novas tabelas de retenção na fonte, mas pagam mais na hora de consumir.

Com os impostos indiretos, o Estado espera receber quase mais três mil milhões de euros do que no ano passado. Um aumento de quase 9%.

Onde o Estado vai ‘buscar’ dinheiro

Fumar, inclusive cigarros eletrónicos sem nicotina, vai render mais receita ao Estado. Para o ano, prevê arrecadar 1.700 milhões de euros, mais 15% do que este ano.

As bebidas alcoólicas também vão render mais. O imposto sobre o álcool e as bebidas alcoólicas deverá render mais 40% comparando com este ano. No total, mais de 450 milhões.

A receita do IVA, que pagamos em inúmeros produtos, como os bens alimentares, deverá crescer mais de 8%. Entre as razões está o fim do IVA Zero. No total, o Estado conta receber mais de 24 mil milhões de euros.

Algumas medidas vão mexer no bolso de quem conduz. Haverá mudanças, por exemplo, no IUC, no ISV, no ISP e no Imposto de Selo.

O Imposto Único de Circulação, por exemplo, deverá ficar até 25 euros mais caro para todos os ligeiros de passageiros e motas anteriores a 2007. Além da cilindrada, o que vão pagar passa a depender também das emissões de CO2.

Só em receitas do IUC, do Imposto de Selo e do ISV, o Governo prevê encaixar mais de 200 milhões de euros.

Já com o imposto sobre os combustíveis, o Estado prevê arrecadar mais 13% do que este ano. No total, mais de três mil milhões de euros. A contribuir para a subida está o descongelamento progressivo da atualização da taxa de carbono.

Em entrevista à SIC, o ministro das Finanças admite que o Orçamento é uma "escolha política", ao baixar o IRS mas aumentar os impostos indiretos.

“Porque o meu equilíbrio não é fazer um Orçamento, não é fazer medidas não pensando que não há amanhã. É pensando que tenho que ter as contas em ordem, que temos que ter saldos positivos, que temos que continuar a reduzir a dívida. Mas que temos que fazer essas escolhas políticas”.

A confirmar-se a proposta do Governo, a carga fiscal sobe para os 38%. Só em impostos o Estado vai arrecadar para o ano mais de 60 mil milhões de euros, um valor recorde.

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