Baixar impostos. Aquela promessa que muitos políticos não resistem fazer mas que raramente conseguem cumprir. A dias de o Orçamento do Estado (OE) para 2024 ser entregue na Assembleia da República, os portugueses inquiridos não têm dúvidas sobre o que mais querem.
Diminuir a carga fiscal deveria ser a prioridade do Governo, segundo quase dois terços dos inquiridos (62%). Já para 28%, as contas do Estado deveriam privilegiar a despesa em setores como a saúde, a educação ou as prestações sociais.
- Baixar impostos: 62%
- Aumentar despesa com Estado Social: 28%
- Reduzir défice e dívida: 8%
- Não sabe/não responde: 2%
Não pode ser à custa do défice
No entanto, confrontados com a hipótese de terem de sacrificar uma das outras opções para concretizar uma essas prioridades, os inquiridos rejeitam esse cenário.
78% dos que entendem que é essencial baixar impostos recusam que isso seja feito à custa de cortes na despesa com as áreas sociais. Destes, 62% também não querem que se aumente o défice.
Já 90% dos que advogam como prioritário aumentar os gastos com o Estado Social são contra que se aumentem os impostos para isso. Mas 54% tão pouco admitem que se aumente o défice.
Mesmo entre aqueles que defendem que se continue a privilegiar o controle do défice e da dívida, há que conseguir fazê-lo sem aumentar impostos (dizem 79%) mas também sem cortar no Estado social (54%).
A chave para a quadratura do círculo está por encontrar. E de certeza que qualquer políticos daria alvíssaras se ela aparecesse.
Ficha técnica:
Este estudo de opinião foi coordenado pelo ICS e pelo ISCTE para a SIC e para o Expresso. A informação foi recolhida num universo de indivíduos maiores de 18 anos, residentes em Portugal, através de entrevista presencial.
O trabalho de campo foi realizado pela GfK Metris entre 16 e 25 de setembro, tendo sido contactados 2.926 indivíduos e validadas 804 entrevistas. A margem de erro máxima é de +/- 3,5%, com um nível de confiança de 95%.