A Europa está a importar volumes recorde de gás natural liquefeito (GNL) proveniente da Rússia, denunciou a organização não governamental Global Witness, citando dados da consultora Kpler, divulgados esta quarta-feira pelo “Financial Times”.
De acordo com o jornal britânico, a análise da Global Witness indica que nos primeiros sete meses do ano as importações europeias de gás russo subiram 1,7% face ao ano passado, quando essas importações de GNL fecharam o ano com um volume recorde.
Segundo a Global Witness, o valor económico do GNL importado da Rússia até julho ascende a 5,3 mil milhões de euros. “É chocante que os países da União Europeia tenham trabalhado tanto para se libertarem de gás fóssil russo abastecido pelos gasodutos, para o substituírem com um equivalente transportado por navio”, comentou Jonathan Noronha-Gant, membro daquela organização.
Os dados apresentados pela Global Witness e noticiados pelo “Financial Times” mostram ainda que Portugal é o sexto país da Europa que mais está a importar gás liquefeito da Rússia, numa lista de importadores que é encabeçada por Espanha, Bélgica e França, seguidos de Holanda e Grécia (e, em sexto lugar, Portugal).
Recorde-se que o gás natural não foi objeto das sanções europeias à Rússia, ao contrário dos produtos petrolíferos e do carvão, por exemplo.
Ainda no corrente mês de agosto Portugal recebeu em Sines mais uma carga de GNL proveniente da Rússia.