Economia

Energia solar cobre pela primeira vez 10% do consumo de eletricidade em Portugal

Em julho a REN registou pela primeira vez na rede elétrica nacional um contributo de dois dígitos das fotovoltaicas para o consumo nacional: a energia solar abasteceu 10% da eletricidade consumida no país no mês passado.

Miguel Prado

A energia solar em Portugal abasteceu em julho 10% do consumo de eletricidade do país, um patamar inédito, informou esta quarta-feira a REN - Redes Energéticas Nacionais.

Em comunicado a gestora da rede elétrica indica ainda que no conjunto dos primeiros sete meses do ano o contributo das fotovoltaicas para o consumo nacional foi de 7%.

No que respeita ao mês de julho, a REN revela que a produção hídrica abasteceu 6% do consumo, a eólica 22% e a biomassa 6%. A produção não renovável (essencialmente centrais alimentadas a gás natural) foi responsável por 28% do consumo, enquanto os restantes 28% correspondem a eletricidade importada de Espanha.

Em termos de consumo, o volume de julho baixou 5,4% em termos homólogos, mas descontando os efeitos de temperatura (julho de 2022 teve dias mais quentes) e de dias úteis, a redução foi de 3,1%.

No total dos primeiros sete meses, o consumo de eletricidade recuou 0,9% (ou 0,8% com a correção dos fatores acima referidos). A REN dá nota ainda de que para esta redução também contribuiu o aumento da produção fotovoltaica em autoconsumo este ano (sem ela a procura de eletricidade da rede teria sido maior).

Em termos acumulados, de janeiro a julho a produção renovável abasteceu 58% do consumo, repartida pela eólica, com 24%, hidroelétrica, com 21%, fotovoltaica, com 7%, e biomassa, com 6%. A produção a gás natural abasteceu 21% do consumo enquanto os restantes 21% corresponderem à energia importada.

Consumo de gás recua 16%

Já no que toca ao mercado de gás natural, segundo a REN o consumo em Portugal em julho baixou 16% em termos homólogos, enquanto no total dos primeiros sete meses do ano desceu 20% face a 2022.

No caso de julho, houve uma descida de 3,8% no segmento convencional (o consumo de empresas e famílias) e de 20% no uso de gás para a produção de eletricidade.

De acordo com a REN em julho o abastecimento nacional de gás foi feito “quase integralmente” a partir do terminal de gás natural liquefeito de Sines, tendo Portugal sido até exportador, em termos líquidos, para Espanha, por via das interligações terrestres com o país vizinho.


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