Nos primeiros seis meses de 2023, os principais bancos portugueses perderam mais de 7 mil milhões de euros em poupanças de famílias e empresas.
Os cálculos são adiantados pelo Diário de Notícias, tendo em conta os valores em stock nos bancos no mesmo período do ano passado.
O Santander foi o que mais dinheiro perdeu: cerca de 3,5 mil milhões de euros. É seguido do BPI, da Caixa Geral de Depósitos e do Novo Banco.
O BCP foi o único a conseguir captar mais depósitos em comparação com o primeiro semestre de 2022.
As amortizações de créditos, a aposta em certificados de aforro ou os depósitos com juros baixos podem ser algumas das razões para a perda de dinheiro em depósitos.
Lucros do primeiro semestre
Os cinco maiores bancos a operar em Portugal lucraram mais de 1,9 mil milhões de euros nos primeiros seis meses do ano. Devido ao aumento das taxas de juro, o Santander teve renegociar 18 mil créditos à habitação.
O repto é lançado pelo presidente do BPI, mas o banco lucrou 256 milhões de euros no primeiro semestre de 2023, um crescimento de 26% face ao período homólogo, à boleia do aumento dos juros, o BPI teve de renegociar os contratos de credito à habitação, mas sem sinais de incumprimento.
Depois do anúncio do Ministro das Finanças, Fernando Medina, sobre a negociação entre o Estado e os Bancos para oferecer uma taxa mista ou fixa para quem já tem crédito, Pedro Oliveira e Costa diz que é melhor esperar por 2024.
O Santander lucrou no primeiro semestre deste ano 334 milhões de euros, uma subida de 38,3% face ao mesmo período do ano passado.
As prestações para quem paga empréstimo da casa aumentaram no último ano, e por isso, o banco também teve de renegociar.
Em conferência de imprensa, o presidente executivo do banco diz que a margem financeira ajudou nos resultados, ou seja, a diferença entre os juros cobrados no crédito e os juros pagos aos depositantes. Sobre o anúncio de Medina, o líder do Santander diz que a medida pode não ter impacto.
As medidas a apresentar em setembro pelo Governo têm como objetivo mitigar o aumento do custo de vida às famílias, mas Pedro Castro Almeida deixa um recado ao executivo.
Quanto ao Novo Banco, apresentou resultados de 373,2 milhões de euros, nos primeiros seis meses do ano, um aumento de 39,9% face ao mesmo período do ano passado.
Em comunicado enviado ao regulador, à CMVM, o CEO do banco refere que os lucros foram impulsionados, também, pela margem financeira.
Se juntarmos a Caixa Geral de Depósitos, o BCP, o Santander, o BPI e o Novo Banco em apenas seis meses os cinco maiores bancos lucraram mais de 1,9 mil milhões.