O ministro das finanças foi ouvido esta quarta-feira no Parlamento, onde revelou que falou com a Presidente do Banco Central Europeu (BCE) e que transmitiu a Christine Lagarde a preocupação do Governo com o aumento dos juros.
O aumento das taxas de juro oficias do BCE fez disparar as prestações ao banco para quem pediu dinheiro emprestado para comprar casa. A taxa de referência já está em 4%.
O Governo afirma que está preocupado com as famílias e as empresas e deixou um aviso à presidente do BCE, Christine Lagarde.
“Eu não quero fazer nenhum comentário direto às declarações da presidente do BCE, já tive oportunidade de transmitir pessoalmente a minha decisão e a visão do Governo português", revela Fernando Medina.
O aumento dos juros também faz aumentar o custo da dívida pública.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, o Estado registou um excedente orçamental de 1,2% do PIB, no primeiro trimestre do ano, que se traduz em 760 milhões de euros.
Contas do segundo semestre “serão piores”
No entanto, Fernando Medina alerta que os próximos meses serão diferentes, pois o impacto das medidas anunciadas para ajudar as famílias só vai ser sentido nas contas públicas no segundo trimestre.
“A parte importante das medidas que o Governo anunciou de 2 mil e 400 milhões de euros, já no pacote anunciado em março, entram financeiramente nas contas a seguir. Por isso, posso adiantar que quando se for analisar as contas do segundo trimestre, elas serão piores que as do primeiro trimestre", disse o ministro das Finanças.
Entre as medidas que refere Medina estão “o pacote de salários da administração pública, o aumento intercalar das pensões, o IVA zero, os apoios à agricultura, às famílias e a bonificação de juros”.
Fernando Medina foi ouvido, esta quarta-feira, na Comissão de Orçamento e Finanças na Assembleia da República.