O fundo alemão Mutares informa, em comunicado enviado às redações, que “assinou um acordo para a aquisição da Efacec ao Estado Português”. A conclusão da transação está prevista para o terceiro trimestre de 2023.
A Efacec tem sede em Matosinhos, conta com cerca de 2.000 trabalhadores. "Globalmente é uma empresa de renome, preparada para impulsionar mudanças positivas em infraestruturas críticas no âmbito da transição energética e economia circular", destaca a Mutares.
“Estamos muito felizes em anunciar nossa segunda aquisição em 2023. Estou convencido de que, com a nossa experiência operacional e as tendências em curso no sector da energia, podemos continuar a desenvolver o potencial da empresa e colocá-la de novo no caminho do crescimento sustentável”, destaca Johannes Laumann, CIO da Mutares.
O fundo alemão, cuja proposta de privatização da Efacec foi aprovada, classificou a empresa como uma "excelente opção" para o seu portfólio, afirmando que esta vai beneficiar de uma plataforma que permitirá recuperar a sua posição de liderança.
"A Efacec é uma excelente opção para o portfólio da Mutares, uma vez que beneficiará de uma relevante plataforma que ajudará a canalizar melhorias de valor, permitindo que a empresa recupere a sua posição de liderança no mercado e regresse à trajetória de crescimento", indicou, em comunicado, a Mutares.
No passado dia 7 de junho, o Governo aprovou a proposta da Mutares para a privatização da Efacec, sem revelar os valores envolvidos.
Entretanto, também a Parpública comunicou que procedeu à assinatura do contrato de compra e venda (SPA) de 71,73% da Efacec com a Mutares. "Com a assinatura do SPA tem início a fase de concretização das condições precedentes tendo em vista a conclusão das operações", notou, em comunicado.
As condições precedentes incluem a autorização da Comissão Europeia, que, por sua vez, exige um teste de mercado, o pronunciamento das autoridades da concorrência e a negociação com os credores financeiros.
O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, já disse ter "grande expectativa" de que este valor pode ser recuperado.
O Estado injetou 132 milhões de euros na Efacec, a que se somam mais 85 milhões de euros em garantias.
As propostas vinculativas melhoradas foram apresentadas pela Mutares, Oaktree, Oxy Capital e Agrupamento Visabeira-Sodecia.
O Governo aprovou em novembro do ano passado um novo processo de reprivatização da participação social do Estado de 71,73%, com um novo caderno de encargos, depois de ter anunciado em 28 de outubro que a venda da Efacec ao grupo DST não foi concluída por não se terem verificado "todas as condições necessárias" à concretização do acordo de alienação.
Mutares SE&Co. KGaA
Trata-se de uma “sociedade gestora de participações privadas cotada em bolsa, com escritórios em Munique (sede), Amesterdão, Frankfurt, Helsínquia, Londres, Madrid, Milão, Paris, Estocolmo, Viena e Varsóvia”.
Para o exercício de 2023, prevê “receitas consolidadas de 4,8 mil milhões de euros a 5,4 mil milhões de euros”. E, com esta base, estima que "as receitas consolidadas deverão aumentar até 2025 para cerca de sete mil milhões de euros".
O Conselho de Administração e o Conselho Fiscal detêm, em conjunto, mais de um terço de todas as acções da Mutares com direito de voto. As acções da Mutares SE&Co. KGaA são transaccionadas no Mercado Regulamentado da Bolsa de Valores de Frankfurt sob o símbolo “MUX”.