No dia em que o comissário europeu do Emprego falou na necessidade de aumentar salários para manter o poder de compra dos consumidores, o vice-presidente do Banco Central Europeu apontou em sentido contrário. As taxas de juro vão continuar a subir e os apoios às famílias podem recuar.
De passagem por Bruxelas para fazer um balanço dos números do ano passado, Luis de Guindos explicou a posição e deixou um aviso aos países da moeda única.
“Um fator importante para a previsão da inflação é o comportamento da política orçamental. À medida que a crise energética perde força, os governos devem reduzir as medidas de apoio, de modo a evitar aumentar as pressões inflacionarias a médio prazo”, afirmou o presidente do BCE.
Por outras palavras, segundo o Banco Central Europeu, os países devem recuar no apoio às famílias à medida que a crise abranda, pois só desta forma será possível dar à volta à inflação, que em abril rondava os 7 %.
Taxas de juro não ficam por aqui
Devido à subida dos preços, o BCE está, há mais de um ano, a subir o preço do dinheiro. A taxa de juro de referência está nos 3,25 % e não vai ficar por aqui.
Ainda não se sabe até quando as taxas vão continuar a aumentar. No entanto, é certo o impacto direto nas prestações de quem pediu dinheiro emprestado aos bancos para comprar casa.