A taxa de inflação de abril é a mais baixa desde março de 2022. Está agora em 5,7% devido à redução dos preços da energia e combustíveis, mas continua a ser o triplo no caso da alimentação. É o sexto mês consecutivo em que a subida de preços desacelera. O tema analisado pelo economista Luís Aguiar-Conraria, na SIC Notícias, pouco depois de serem divulgados os números pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Esta descida da inflação é significativa ou ainda é muito cedo para chegar a essa conclusão?
"Acho que ainda é demasiado cedo em relação à evolução da inflação. Eu estou pessimista, mas eu estou mais pessimistas do que a maioria dos economistas... Eu consigo imaginar a inflação a descer e a estabilizar aqui nos 5% durante algum tempo e a ser necessário subir mais as taxas de juro", considerou Luís Aguiar-Conraria.
Na opinião do comentador ad SIC, "se a inflação veio para ficar, a única forma eficaz de aliviar as famílias é aumentar-lhes os rendimentos de forma permanente, ou seja, com aumentos salariais, com aumento do salário mínimo, que tenha em conta o aumento da inflação".
Verifica-se a queda homóloga de preços na energia, de 12,7%, mas que no caso alimentos, apesar de ter havido um ligeiro alívio, continuam 14,1% mais caros do que em abril do ano passado. Em relação a este aspeto, Luís Aguiar-Conraria lembra:
“A descida é muito ligeira e este dados ainda não têm em consideração a descida do IVA, mas comparados com o ano passado, continuam muito elevados”.
“Não devemos esperar que haja uma grande descida dos preços da alimentação. Acho que o melhor que podemos almejar é que parem de aumentar ou, pelo menos, que parem de aumentar tão depressa”, sublinhou.