Economia

Taxa de juro no crédito a habitação atingiu o valor mais alto em quase 14 anos

Os analistas acreditam que o Banco Central Europeu deverá aumentar as taxas de juro de referência pelo menos mais três vezes até meados do verão.

SIC Notícias

A taxa de juro no crédito a habitação atingiu em março para o valor mais alto em quase 14 anos. As prestações de quem pediu dinheiro emprestado ao banco para comprar casa estão a subir há mais de um ano, ritmo que se deve manter nos próximos meses.

São 12 meses sempre a seguir em frente, empurrada pelos ventos que sopram a partir do Banco Central Europeu ( BCE). De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), a chamada taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação chegou a quase 2,9%.

É o valor mais alto desde junho de 2009, há quase 14 anos, e uma subida de cerca de 30 pontos base em relação a fevereiro.

Também a registarem novos máximos, neste caso desde novembro de 2008, estão as Euribor. Andaram quase todas negativas até ao início do verão de 2022 e, a partir daí, tem sido sempre a subir.

  • Euribor a 12 meses está agora nos 3,82%
  • Euribor a seis meses, a 3,58%
  • Euribor a três meses, a 3,20%

Porque razão começaram a subir as taxas?

A história da subida das Euribor começa no início de de fevereiro do ano passado.

Há pouco mais de um ano, o Banco Central Europeu admitia a possibilidade de subir as taxas de juro porque a inflação já dava sinais considerados preocupantes, agravados com a guerra na Ucrânia.

Depois, o que era uma hipótese passou a ser uma certeza: aumentos entre os 75 e os 50 pontos base a cada reunião do BCE, mais uma subida dos juros.

A taxa está agora nos 3% e os analistas acreditam que o valor final deverá situar-se nos 3,75%.

Pela frente poderá assim haver até ao verão pelo menos três subidas, ainda assim, a um ritmo mais ligeiro do que o habitual, ou seja, cada subida de 25 pontos base.

Países do sul da Europa dizem “basta”

De acordo com a Reuters, os países do sul da Europa terão dito “basta”, não querem mais subidas, pelo menos já na próxima reunião do BCE, agendada para 4 de maio.

São os mesmos países que queriam evitar um novo salto de 50 pontos base na última reunião, mas que acabou, no entanto, por acontecer.

O economista chefe veio entretanto dizer que, em princípio, as taxas de juro vão mesmo aumentar no próximo mês. É preciso esperar, no entanto, para ver se o salto é de 25 ou de 50 pontos base.

Tudo isto para controlar a inflação. Em março, na zona euro, até abrandou o ritmo e fixou-se nos 6,9%, ainda assim bastante acima da meta de 2%.

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