Economia

Distribuidoras "são máquinas de fazer dinheiro"

José Gomes Ferreira analisou, no Primeiro Jornal, analisa escalada de preços nos supermercados portugueses.

José Gomes Ferreira

SIC Notícias

José Gomes Ferreira disse esta sexta-feira que “não vale a pena estarmos com grandes rodeios: há uma situação escandalosa na distribuição, sobretudo na grande distribuição que tem que ver com ganância”.

Apesar da descida da inflação, os preços nos supermercados não têm acompanhado essa descida. O jornalista explicou que as grandes superfícies estão a aproveitar-se do momento para carregar nos preços da comida e lucrar ainda mais.

“Há grandes superfícies onde os empregados recebem instruções das chefias para quando o produto acabar na prateleira, vão buscá-lo ao armazém e metem um preço 15 a 30% acima, com base num produto que foi comprado com o preço anterior. Portanto, não há alteração nenhuma em relação aquela compra”.

Segundo José Gomes Ferreira, esta é a justificação para o secretário-geral Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier, “mandatado pelas grandes distribuidoras a dizer: não tem razão, porque as nossas margens comprimiram”.

"Isto são máquinas de fazer dinheiro"

O Banco Central Europeu (BCE) fez um estudo em todos os países europeus e concluiu que a maior componente da inflação na Europa, está na subida das margens das grandes distribuidoras. Uma subida que está a levar “que as estruturas de custos, entre salários, distribuição, logística, já é menor do que a remuneração acionista que já é de 55%, ora isto é uma máquina de fazer dinheiro ou são máquinas de fazer dinheiro”.

"Devia existir uma preocupação social e ética para moderarem esta ganância"

"Estamos em mercado com preço livre e, teoricamente, os hipermercados podem meter o preço que quiserem nos produtos, mas devia existir uma preocupação social e ética para moderarem esta ganância", referiu o jornalista

“O lucro é escandaloso, não pode ser! Tem de haver fiscalização”

Há que atuar através dos mecanismos que existem, a ASAE andou completamente desfocada nos últimos tempos, só fiscalizava coisas para sacar dinheiro a multas a empresários e finalmente foi dada uma ordem direta para fiscalizarem aquilo que é a diferença entre preço de de aquisição e o preço de venda. Tem de haver atuação da ASAE e da autoridade da concorrência para ver se existe combinação de preços que leve todos fazerem o mesmo nível de preço.

José Gomes Ferreira concluí que “se houver verdadeira concorrência, o preço vai ter de baixar”.

Esta semana, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) instaurou 51 processos-crime por especulação em fiscalizações a 960 operadores e moveu 91 processos contraordenacionais.

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