Economia

"Culpados da inflação não são os super e hipermercados", diz CEO da Sonae

A Sonae fala em "campanha de desinformação com danos gravosos" para o setor da distribuição e afirma que a reputação da equipa do Continente está a ser “atacada”.

SIC Notícias

A CEO da Sonae, Cláudia Azevedo, diz que está a ser levada a cabo uma “campanha de desinformação sobre as causas da inflação alimentar, com danos gravosos para a reputação do setor da distribuição alimentar”.

"Sendo certo que o nível de inflação dos produtos alimentares tem sido mais elevado do que a inflação média geral, a verdade é que se trata de um fenómeno global e com causas bem identificadas e associadas às cadeiras de produção”, escreve a CEO da empresa dona do Continente, numa mensagem a que o ECO teve acesso.

“Os culpados da inflação não são os hipermercados/supermercados.”

A reação de Cláudia Azevedo surge após o ministro da Economia prometer “ser inflexível” para com todas as situações anómalas no setor alimentar e anunciar uma nova operação da ASAE para fiscalizar os preços dos bens alimentares nos hiper e supermercados.

As declarações surgem também numa altura em que a ASAE anunciou que o cabaz alimentar aumentou quase 29% desde 2022 para 96,44 euros.

Na mensagem enviada aos colaboradores da Sonae, a CEO adianta que as margens diminuíram para “acomodar o aumento dos custos” e que foram desenvolvidas soluções para ajudar os clientes a “mitigar os efeitos do aumento do custo de vida”.

Afirma que a reputação da equipa do Continente está a ser “atacada”, mas garante que a Sonae vai “continuar a ser um motor de desenvolvimento para Portugal”.

“Que não existam dúvidas de que as nossas decisões são orientadas pelos nossos valores, em todos os nossos negócios. Fazemos o que está certo. Sempre o fizemos e sempre o faremos.”

ASAE instaurou 17 processos-crime por especulação de preços em super e hipermercados

A ASAE instaurou na quinta-feira 17 processos-crime por especulação de preços em supermercados e hipermercados, entre os 125 fiscalizados, detetando em bens alimentares diferenças de 39% entre o preço afixado e disponibilizado ao consumidor e o pago em caixa.

A operação de fiscalização teve lugar na quinta-feira, de norte a sul do país, e foi direcionada a supermercados e hipermercados.

Foram ainda instaurados 14 processos contraordenacionais, sendo as principais infrações detetadas o incumprimento à venda com redução de preços, a prática de ações comerciais enganosas, a falta de afixação de preços e a falta de controlo metrológico em instrumentos de pesagem de produtos alimentares.

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