Economia

Agricultores iniciam série de protestos nacionais em Mirandela

Acusam o Governo de “incompetência” e manifestam-se contra a extinção das Direções Regionais de Agricultura. A manifestação foi organizada pela Confederação dos Agricultores de Portugal.

SIC Notícias

Lusa

Os agricultores manifestam-se, esta quinta-feira, em Mirandela. Será o primeiro de uma série de protestos nacionais convocadas pela Confederação dos Agricultores de Portugal.

Manifestam-se contra a extinção das Direções Regionais de Agricultura e a transferência de poderes e funções para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regionais.

Acusam também o Governo de “incompetência”. Num comunicado da CAP, os agricultores criticam ainda a posição do Executivo perante as dificuldades causadas no setor pela seca e pela guerra na Ucrânia. Dizem só ter recebido “falsas promessas e crescente desconsideração”.

O protesto desta quinta-feira começa no mercado municipal de Mirandela e segue, em desfile, até à Direção Regional de Agricultura.

"A direção regional estar sem comando, é inadmissível"

O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) perguntou quando será nomeado um novo secretário de Estado da Agricultura, durante o primeiro de um conjunto de protestos contra as políticas para o setor.

Eduardo Oliveira e Sousa falava à comunicação social no início da concentração para a manifestação desta quinta-feira na cidade transmontana do distrito de Bragança com a expectativa de "ultrapassar as cinco mil pessoas e 200 ou 300 tratores" na marcha até à sede da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN).

Esta direção regional está sem diretor, assim como o Governo ficou sem secretário de Estado da Agricultura, depois de Carla Alves, que dirigia o organismo regional ter sido nomeada e se ter demitido imediatamente a seguir da Secretaria de Estado.

"A DRAPN, neste momento, não tem diretor porque há aquele episódio da senhora diretora ter sido convidada para a Secretaria de Estado da Agricultura e esteve lá 24 horas e agora nem é secretária de Estado, nem é diretora regional", observou o presidente da CAP.

Para Eduardo Oliveira e Sousa, "a direção regional estar sem comando, é inadmissível", assim como a resposta da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, sobre a falta de secretário de Estado.

"Nós perguntámos à senhora ministra quando é que vai ter um secretário de Estado, [respondeu] quando for preciso. Então agora não é preciso? O Ministério da Agricultura tinha três secretários de Estado, tinha um das florestas, tinha um para o desenvolvimento rural, tinha um para os assuntos gerais da agricultura, nem esse agora tem. O que é que é sobra", questionou.

Para o presidente da CAP, com este caminho "vão desmanchar ainda mais o Ministério da Agricultura".

"É para aí que nós caminhamos e nós não aceitamos isso de maneira nenhuma", afirmou.

O protesto de hoje em Mirandela é o primeiro de vários agendados pela CAP, em várias zonas do país para contestar a centralização nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) das competências das direções regionais de agricultura.

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