O Ministro das Finanças admite corrigir as tabelas de retenção na fonte para que os contribuintes não sejam prejudicados. Em causa estão os salários brutos de 800 euros que, após aplicados os descontos, correspondem a um salário líquido inferior ao rendimento líquido para um trabalhador que receba o salário mínimo nacional. Fernando Medina avança que vai reunir-se esta quarta-feira com os sindicatos da administração pública para debater irregularidades.
“Esta questão, que foi agora identificada, é uma questão pontual e concreta. Eu vou reunir amanhã [quarta-feira] com os sindicatos e se corresponder exatamente à avaliação que estamos a fazer – queremos fazer esse diálogo e perceber se há mais alguma questão ou não –, nós faremos já a correção da tabela de retenção na fonte do primeiro semestre”, afirma o ministro das Finanças à margem da reunião do Eurogrupo.
Fernando Medina afirma ainda que esta a “situação de injustiça” que acontecem quando o trabalhador ultrapassa o escalão em pelo menos um euro já não serão uma questão para as novas tabelas de IRS, que entram em vigor em julho de 2023.
“Quando essas medidas estiverem em vigor, esses problemas desaparecerão. Ninguém mais terá um aumento salarial em termos brutos que não se traduza num aumento líquido. Isso é geral no segundo semestre”, garante.
“Boas notícias” da Europa para Portugal
Sobre a recessão em 2023, o ministro dos Finanças considera que as perspetivas económicas para este ano são boas notícias para Portugal. Fernando Medina afirmou que estão as diminuir as possibilidades de uma recessão na Europa.
“O sentimento generalizado, que pude recolher dos meus colegas e da Comissão Europeia, é menos negativo do que tínhamos relativamente à última reunião. Os receios de uma recessão na Europa entre o último trimestre de 2022 e o primeiro de 2023 parecem agora começar a desvanecer-se”, disse o ministro português.
Medina considera que o crescimento económico dos países da UE “são boas notícias para Portugal”, uma vez que “isso ajudará o crescimento económico de Portugal no ano de 2023”.