Luís Montenegro respondeu, esta segunda-feira, a António Costa, que se manifestou “perplexo” com as críticas do PSD ao princípio de acordo entre Portugal, Espanha e França para as interconexões energéticas europeias.
O líder do PSD considerou “lamentáveis as declarações do primeiro-ministro” e fez “um apelo à serenidade e ao espírito democrático do Governo para cumprir aquele que é o seu dever perante o país e a oposição, que é dar esclarecimentos sobre aquilo que é a sua ação governativa”.
“O primeiro-ministro dirigiu-se ao PSD num tom que de resto vem no encalço do uso e abuso da maioria absoluta (...) como que não dando à oposição e ao seu principal partido a legitimidade para criticar e para sujeitar o Governo ao escrutínio que é devido e isso é inaceitável”, criticou Montenegro.
O presidente do PSD considerou que António Costa tem “tido intervenções onde nunca diz a verdade toda, onde fica sempre pela meia-verdade, pela dissimulação daquilo que está por trás das suas decisões”.
“O primeiro-ministro apareceu com um ar triunfalista a querer exibir um acordo a propósito de uma solução de gasoduto para gás natural e futuramente para hipotética utilização de hidrogénio verde e não respondeu aquele que é o interesse estratégico que é essencial para Portugal, que é garantir as interligações elétricas, nomeadamente aqueles que já estão acertadas com França, Espanha, Comissão Europeia e mesmo com o Banco Europeu de Investimentos”, disse.
Luís Montenegro afirmou que “queremos discutir com o Governo com profundidade, com serenidade o alcance desta decisão que é estratégica para as próximas décadas e portanto, a defesa do primeiro-ministro, atacando violentamente o exercício do direito de oposição do PSD é sinónimo que ele está pouco à vontade, é sinónimo que está até algo nervoso”.
Rangel disse que acordo de gasoduto prejudica Portugal
O PSD exigiu ao primeiro-ministro que revele os detalhes do acordo do gasoduto entre a Península Ibérica e a França. Numa declaração, feita no sábado em Lisboa, o vice-presidente do partido Paulo rangel considerou que o entendimento prejudica o interesse nacional.
Costa "absolutamente perplexo" com críticas do PSD
O primeiro-ministro manifestou-se, esta segunda-feira, perplexo com as críticas do PSD ao princípio de acordo entre Portugal, Espanha e França para as interconexões energéticas europeias e acusou o dirigente social-democrata Paulo Rangel de nada perceber do assunto.
Costa fala de cenário vantajoso para Portugal
António Costa garantiu que Portugal não será apenas um meio de transporte de gás e que este é um acordo vantajoso para o país.
Segundo o Governo português, o acordo permite ultrapassar definitivamente o antigo projeto, o chamado MidCat, e desenvolver um novo projeto, designado Corredor de Energia Verde, que permitirá complementar as interconexões entre Portugal e Espanha, entre Celorico da Beira e Zamora, e também fazer uma ligação entre Espanha e o resto da Europa, ligando Barcelona e Marselha, por via marítima.