Economia

Atualização automática de pensões anteciparia défice da Segurança Social para esta década

Projeção do Governo refere que a aplicação integral da fórmula das pensões teria um impacto imediato no saldo Segurança Social que passaria a ter défice ainda nesta década de 20.

TIAGO PETINGA

SIC Notícias

Se o Governo atualizar as pensões de forma automática, a Segurança Social vai ter défice ainda esta década. A estimativa consta das contas do Governo que o jornal Público revela esta segunda-feira e que os deputados e o Presidente da República pediu que fossem tornadas públicas.


A ministra do Trabalho já tinha acusado a oposição de fazer uma aliança, num coro uníssono, contra uma decisão de preservar a sustentabilidade da segurança social alterando a fórmula de atualização das pensões em 2023 para o ano de 2024.

Os cálculos que os deputados pediram também o Presidente da República já tinha vindo dizer que o Governo teria de revelar para explicar o valor dos aumentos entre 3,5% e 4,4% no próximo ano e as projeções do impacto que uma subida ao nível da inflação teria no Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social.

Marcelo sugeria ainda que o assunto tivesse de ser discutido no Parlamento, para onde foi enviado, adiantou o Público, um documento de três páginas do Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho e da Segurança Social.

Segundo o jornal, que teve acesso em primeira mão ao documento, que entretanto a SIC confirmou que os deputados já receberam, a projeção refere que a aplicação integral da fórmula das pensões teria um impacto imediato no saldo Segurança Social que passaria a ter défice ainda nesta década de 20.

Os saldos negativos. antes previstos para os anos 30 e com o atual contexto acelerados, ultrapassariam os 1000 milhões de euros.

O Governo sente-se obrigado à correção da fórmula se quiser manter o Fundo de Estabilização da Segurança Social a partir de 2023 para as pensões de 2024 e nos anos seguintes.

Bloco de Esquerda diz que cálculos são “aldrabice” do Governo

O Bloco de Esquerda rejeita esta projeção do Governo como válida. Catarina Martins diz mesmo que se trata de mais um truque e exige ouvir no Parlamento os responsáveis pelo gabinete de estudos e planeamento.

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