Economia

Custos da construção nova sobem pelo décimo mês consecutivo

Alta das matérias-primas e custos do trabalho mantêm pressão nos preços da construção nova, que aumentaram 7,5% em outubro em termos homólogos.

Hélder Carvalho Martins

Pelo décimo mês consecutivo, os custos de construção nova de habitação aumentaram em outubro, refletindo a pressão da alta de preços das matérias-primas e a subida dos custos com a mão de obra. A estimativa esta quinta-feira divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística dá conta de um aumento de 7,4% dos custos de construção nova em termos homólogos, mais 0,6 pontos percentuais (p.p.) face ao observado no mês anterior.

O preço dos materiais e o custo da mão de obra incluídos no Índice de Custos de Construção de Habitação Nova (ICCHN) apresentaram, respetivamente, variações de 8,8% e de 5,4% face ao período homólogo. Em setembro, as variações foram de 8,3% e 4,7%, respetivamente. O custo da mão de obra contribuiu com 2,3, p.p. para a formação da taxa de variação homóloga do ICCHN e a componente dos materiais contribuiu com 5,1 p.p..

A falta de mão-de-obra especializada na construção, com as associações do setor a considerarem que há cerca de 70 mil trabalhadores em falta tem pressionado a alta dos salários. Já a crise provocada pela pandemia a níveis das matérias-primas, rutura da cadeia logística em alguns produtos conjugados com o disparo dos preços de energia afeta a cadeia de produção. Segundo a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), o aço teve uma variação anual de 57%, o alumínio de 70% e o cobre de 56%.

Há cerca de ano e meio, desde abril de 2020, que existe uma trajetória ascendente deste indicador devido à conjugação da falta de trabalhadores com a crise das matérias-primas.

Últimas