Economia

Bruxelas propõe restrições no acesso aos fundos da UE em caso de violação do Estado de direito

A Comissão Europeia propôs hoje um novo mecanismo de restrição de acesso aos fundos da União Europeia em caso de violação do Estado de direito, no quadro da sua proposta de orçamento plurianual para o período 2021-2027.

Yves Herman

Na apresentação formal da sua proposta de orçamento da UE pós-2020, o executivo comunitário aponta que "uma inovação importante no orçamento proposto reside na ligação reforçada entre o financiamento da UE e o Estado de direito", já que "o respeito do Estado de direito é uma condição prévia essencial para uma gestão financeira rigorosa e eficaz dos fundos da UE".

"A Comissão propõe, por conseguinte, um novo mecanismo para proteger o orçamento da UE contra os riscos financeiros associados a deficiências generalizadas do Estado de direito nos Estados-Membros. Os novos instrumentos propostos permitiriam à União suspender, reduzir ou restringir o acesso a financiamento da UE de forma proporcionada à natureza, à gravidade e ao alcance das deficiências no que respeita ao Estado de direito", lê-se na proposta de Bruxelas.

De acordo com o executivo comunitário, "uma tal decisão será proposta pela Comissão e adotada pelo Conselho mediante votação por maioria qualificada invertida" (ou seja, a proposta é considerada adotada pelo Conselho a não ser que este decida por maioria qualificada rejeitá-la).

O presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, garantiu que este novo mecanismo "não visa nenhum Estado-membro em particular", mas Polónia e Hungria, países com os quais Bruxelas tem travado "braços-de-ferro" por questões relacionadas com o respeito pelo Estado de direito, sentem-se visadas por esta condicionalidade e deverão opor-se durante as negociações que agora arrancarão entre Comissão, Conselho e Parlamento Europeu.

A Comissão Europeia propôs hoje um orçamento plurianual para a União Europeia para o período 2021-2027 de 1.279 biliões de euros (a preços correntes), que representa um crescimento em relação ao orçamento atualmente em vigor, apesar da saída do Reino Unido, no próximo ano.

O atual quadro financeiro plurianual para o período 2014-2020, ainda a 28 com o Reino Unido, era de 1,087 biliões de euros.

Lusa

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