"Como países-membros da UE, a nossa missão deve ser parar a imigração ilegal para a Europa e aumentar a ajuda aos países de origem" dos migrantes, disse o chanceler austríaco numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro húngaro.
"O sistema baseado na simples repartição [de refugiados] não funciona. Temos de deter a imigração ilegal, também para garantir a segurança na Europa", acrescentou Kurz, que falava em Viena depois de uma reunião com Orban, cujo governo recusou o esquema de distribuição de refugiados decidido pela UE em 2015.
"Não devem ser os traficantes, mas os Estados-membros, a decidir quem imigra para a Europa", defendeu.
Sebastian Kurz fez do combate à imigração um tema central da campanha que levou à sua eleição, em outubro, para liderar um país que em 2015 e 2016 recebeu mais de 120.000 refugiados.
Viktor Orban falou também da necessidade de travar a imigração e defendeu que "a maior ameaça para o futuro da Europa Central" é "o êxodo" migratório, porque enfraquece "a cultura cristã".
O primeiro-ministro assegurou que a Hungria vai continuar a não aceitar nenhum refugiado ao abrigo do sistema europeu, porque "os imigrantes não devem ser repartidos, mas devolvidos ao lugar de onde vieram".
Orban frisou que é necessário melhorar a gestão das fronteiras externas da UE e do espaço de livre circulação Schengen, citando como exemplo a vedação que o seu governo erigiu na fronteira sul da Hungria.
Kurz disse estar de acordo na necessidade de reforçar a defesa das fronteiras externas, para evitar a reposição das fronteiras internas.
O chanceler austríaco propôs-se agir como "ponte" entre os países do Grupo de Visegrado -- Eslováquia, Hungria, Polónia e República Checa - e os parceiros ocidentais na defesa desse objetivo.
"É do interesse de todos que trabalhemos juntos", disse Kurz.
Lusa