FMI diz que OE2015 não está em linha com compromissos assumidos
O FMI piorou as previsões para o défice português. Espera que fique acima do 3% pelo menos até 2016. Para este ano estima que seja de 5% e de 3,4% em 2015, acima das previsões do Governo.
O Fundo admite também que o aumento do salário mínimo "pode dificultar que os trabalhadores pouco qualificados encontrem trabalho ou o mantenham". (Arquivo)
AP
Na primeira missão de monitorização pós-troika e seis meses após a conclusão do resgate internacional, o FMI avisa que o Orçamento do Estado para 2015 não está em linha com os compromissos assumidos.
O FMI admite que nem daqui a dois anos Portugal vai conseguir ter um défice abaixo dos 3%.
A justificar estas estimativas estão os números avançados para o crescimento da economia, que também ficam abaixo dos previstos pelo Governo.
O fundo prevê também que o Governo consiga menos receitas com impostos do que aquelas de que está à espera.
Para o FMI, Portugal tem pouca manobra para se desviar dos compromissos assumidos com a troika e critica duramente a decisão de aumentar o salário mínimo nacional. Dizem os técnicos que a decisão foi prematura e foi tomada contra as indicações da troika.
BCE e Comissão Europeia consideram que ajustamento estrutural fica "aquém do exigido"
Também a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu se mostram apreensivos com aquilo que dizem ser o abrandamento considerável das reformas estruturais em Portugal desde a saída da troika.
A Comissão, numa declaração conjunta com o BCE sobre a primeira visita da troika no período pós-programa de ajustamento, considera que o esforço para reduzir o défice estrutural diminuiu.
Bruxelas lembra que os 2,7% do défice previstos para o próximo ano representam um objectivo "mais elevado" face aos 2,5% com que Portugal se comprometeu.
Ainda assim, aponta um défice de 3,3% do PIB para este ano com base no impacto orçamental da evolução macroeconómica e das medidas de consolidação
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