Economia

Função pública começa hoje a receber salários sem cortes

O Estado começa hoje a pagar salários sem cortes aos funcionários públicos, na sequência da decisão do Tribunal Constitucional (TC), que inviabilizou a aplicação dos cortes aos vencimentos a partir dos 675 euros.

(Lusa/Arquivo)
ESTELA SILVA

A 30 de maio, o Tribunal Constitucional chumbou três medidas do Orçamento  do Estado para 2014, incluindo os cortes salariais acima dos 675 euros,  a medida com maior expressão orçamental. 

O Governo solicitou à Assembleia da República que enviasse um pedido  de "aclaração" ao Tribunal Constitucional sobre os termos do acórdão e,  na quarta-feira, os juizes do Palácio Ratton indicaram que "tal pedido foi  indeferido, pelo que desta decisão não pode ser retirada qualquer outra  ilação". 

Assim, os primeiros funcionários públicos que vão receber o salário  sem cortes são os que pertencem à Presidência do Conselho de Ministros e  aos ministérios da Defesa, das Finanças, da Segurança Social e dos Negócios  Estrangeiros. 

Uma vez que os dias 21 e 22 de junho coincidem com o sábado e o domingo,  respetivamente, também os funcionários dos ministérios da Administração  Interna, da Justiça, da Saúde e da Economia vão receber hoje os salários  sem a aplicação dos cortes que estava em vigor desde janeiro, por aplicação  do Orçamento do Estado para 2014. 

Na segunda-feira, serão os trabalhadores dos ministérios da Educação  e Ciência, do Ambiente e da Agricultura a receber os vencimentos sem cortes.

No Conselho de Ministros da semana passada, o Governo aprovou uma proposta  de lei para reintroduzir temporariamente os cortes entre 3,5% e 10% aplicados  aos salários do setor público superiores a 1.500 euros, recuperando uma  medida introduzida em 2011 e que vigorou até 2013. 

Na conferência de imprensa, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque,  afirmou que o Governo espera reintroduzir os cortes salariais na função  pública acima dos 1.500 euros "tão depressa quanto possível", sem apontar  uma data para a entrada em vigor da medida, que depende da aprovação pelo  Parlamento. 

"Depende da duração do processo legislativo. Esta é uma proposta de  lei, que a seguir à discussão com os sindicatos terá ainda de ser remetida  à Assembleia da República, o que tem os seus tempos próprios. A nossa proposta  é que  [a reintrodução dos cortes] seja no mês seguinte à da publicação da  lei. O que demorará o seu tempo", disse.

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