Economia

Governo e sindicatos debatem hoje reintrodução dos cortes salariais

A reintrodução dos cortes salariais na função  pública acima dos 1.500 euros vão estar hoje em discussão entre o secretário  de Estado da Administração Pública, Leite Martins, e três sindicatos dos  trabalhadores do Estado. 

LUSA

Na semana passada, o Conselho de Ministros aprovou uma proposta de lei  para reintroduzir, temporariamente, os cortes entre 3,5% e 10% aplicados  aos salários do setor público superiores a 1.500 euros, introduzidos em  2011 pelo Governo socialista liderado por José Sócrates, e que vigoraram  até 2013. 

No diploma aprovado -- e que hoje é debatido com a Frente Comum, a Federação  de Sindicatos de Administração Pública (FESAP) e com o Sindicato dos Quadros  Técnicos do Estado (STE) -- o Governo compromete-se a reverter estes cortes  em 2015, devolvendo no próximo ano 20% do seu valor.  

A ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, assegurou  na altura que os cortes serão revertidos num prazo máximo de cinco anos  "conforme disponibilidade orçamental e evolução da massa salarial".  

Na conferência de imprensa a seguir à aprovação da medida pelo Conselho  de Ministros, a governante afirmou que estes cortes começam a ser revertidos  em 20% já no próximo ano e "conforme disponibilidade orçamental e da evolução  da massa salarial" num prazo máximo de cinco anos, até 2019. 

O Governo espera recuperar os cortes salariais na função pública acima  dos 1.500 euros "tão depressa quanto possível", sem apontar, no entanto,  uma data para a entrada em vigor da medida, que depois da discussão com  os sindicatos terá ainda de ser aprovada pela Assembleia da República. 

Os sindicatos, nomeadamente a CGTP, viram nesta medida, apresentada  depois de o Tribunal Constitucional ter chumbado o corte nos salários na  função pública a partir dos 675 euros, "uma afronta" aos juízes do Palácio  Ratton. 

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, disse mesmo que a introdução  destes cortes "continua a ser inconstitucional".  

A proposta de lei inclui ainda a integração das carreiras subsistentes  e dos cargos, carreiras e categorias dos trabalhadores na tabela remuneratória  única (TRU). 

Os sindicatos têm alertado para os riscos de uma nova redução salarial  com a criação da tabela, mas Leite Martins assegurou, já esta semana, depois  do chumbo do Constitucional, que existirá uma 'cláusula de salvaguarda',  garantindo que "este processo de transição para a TRU não envolva qualquer  redução da remuneração".

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