Economia

Mais de mil trabalhadores do setor empresarial do Estado "já receberam subsídio de férias"

A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública calcula que "mais de um milhar" de trabalhadores do setor empresarial do Estado já tenha recebido o subsídio de férias, correndo o risco de não  ver reposto o corte neste rendimento. 

Coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, Ana Avoila (Lusa/Arquivo)
Andre Kosters

"Passa de um milhar de trabalhadores" os que já receberam, afirmou a  coordenadora do sindicato, Ana Avoila, em conferência de imprensa, lembrando  que os trabalhadores da TAP e CGD receberam em janeiro o subsídio, tal como "muitos outros" do setor empresarial do Estado. 

Mostrando a sua "indignação pela teimosia e falta de inteligência" do  Governo que "continua a insistir em reincidir na ilegalidade", Ana Avoila  defendeu que o executivo, erradamente, não está a distinguir salários de  subsídios de férias e que o acórdão do Tribunal Constitucional apenas permite  cortes nos salários, até 30 de maio, e não dos subsídios. 

"Até agora só há declarações  (do Governo). Aguardamos uma norma e aí  ponderamos avaliar a constitucionalidade ou a impugnação judicial ou a impugnação  de um ato administrativo pelos trabalhadores", explicou a coordenadora do  sindicato, precisando que o recurso ao Tribunal Constitucional ou aos tribunais  administrativos depende da solução encontrada pelo Governo. 

Ana Avoila defendeu ainda que a decisão do Governo de manter cortes  nos subsídios dos trabalhadores que já o receberam este ano "põe em causa  o princípio da igualdade" e é "claramente inconstitucional", admitindo pedir  ao Presidente da República que promova uma fiscalização preventiva da constitucionalidade  da norma que venha a ser emitida pelo Governo sobre esta matéria. 

Na opinião da sindicalista, o Governo "é mesquinho" e vai buscar "todos  os tostões" aos trabalhadores da função pública. 

O ministro Miguel Poiares Maduro disse na quarta-feira que o Estado  só irá pagar os subsídios de férias por inteiro aos funcionários públicos  que os receberem depois de 31 de maio, retirando nestes casos os cortes  que foram aplicados até ao 'chumbo' do Tribunal Constitucional. 

Questionado pela decisão do Tribunal Constitucional sobre o pedido de  aclaração do Governo, o ministro-Adjunto e do Desenvolvimento Regional afirmou  aos jornalistas que "o tribunal torna claro que (o acórdão) só se aplica  realmente a partir de 31 de maio e quanto àqueles que receberam já subsídios  de férias com cortes, não há qualquer alteração a fazer". 

 

Lusa

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