O comentário enviado à SIC é assinado por uma das principais responsáveis da Moody's, a vice-presidente, Kathrin Muehelbronner. "A Mood'y considerou possíveis decisões negativas do Tribunal Constitucional como um fator de risco", escreve.
Kathrin Muehelbronner adianta ainda: "A incerteza que rodeia a decisão do Tribunal foi o fator-chave que nos levou a colocar a dívida soberana portuguesa em análise para uma possível subida, no mês passado, quando melhorámos o rating de Ba2 para Ba3."
Ou seja, a dívida soberana portuguesa manteve-se ainda no nível de lixo. E precisa de subir pelo menos dois degraus para saltar fora dos patamares especulativos. "Durante a nossa análise vamos avaliar a resposta do Governo e as propostas de medidas alternativas", acrescenta a responsável.
Quanto ao cumprimento da meta do défice deste ano, de quatro por cento, e se esta meta está em risco, bem como a dúvida, que caminho deveria Portugal seguir, a Moody's diz não estar em condições, neste momento, para avançar com mais comentários.
A Moody's foi a primeira agência de rating, antes da Standard and Poors e da Fitch, a colocar Portugal no nível lixo, isto em junho de 2011. Foi também a primeira a elevar o rating, há cerca de um mês, porque a situação orçamental melhorou e porque Portugal reconquistou a confiança dos mercados.