Economia

Bruxelas defende cortes salariais adicionais em Portugal de 5% 

A Comissão Europeia defendeu hoje que Portugal  precisa de uma redução salarial adicional de 5% para garantir que há um  equilíbrio entre a taxa de desemprego e o nível salarial.  

© Jose Manuel Ribeiro / Reuters

No relatório sobre a décima avaliação regular ao Programa de Assistência  Económica e Financeira (PAEF), hoje divulgado, a Comissão Europeia refere  que "Portugal precisa de uma moderação salarial suficiente para absorver  o desemprego" e apresenta estimativas. 

De acordo com os cálculos de Bruxelas, "uma redução de um ponto percentual  na taxa de desemprego exige uma redução dos salários reais de cerca de 2,4%"  e "era preciso uma queda dos salários reais de 5%" para fechar a diferença  entre a taxa de desemprego atual e a taxa de desemprego a partir da qual  o nível salarial não leva a novos aumentos do desemprego. 

Ou seja, na prática, partindo da relação entre a taxa de desemprego  e os salários, a Comissão Europeia defende que, para se chegar a um nível  salarial que não aumente o desemprego, os salários reais teriam de descer  5%. 

Os técnicos de Bruxelas salvaguardam que é preciso olhar para estas  estimativas "com cautela" e que os cálculos "são muito sensíveis à medida  usada para a produtividade". 

No documento, a Comissão Europeia sublinha o "ajustamento significativo"  desde 2010 em matéria de custos unitários do trabalho, que recuaram quase  6% no setor privado entre 2010 e 2013. 

No entanto, aponta Bruxelas, Portugal tem "uma posição líquida de investimento  internacional muito negativa", pelo que "a estabilização  1/8da balança corrente 3/8  pode não ser suficiente para garantir a redução das vulnerabilidades relacionadas  com a posição externa" do país. 

Utilizando a posição líquida de investimento internacional como um indicador  chave a nível macroeconómico, a Comissão considera que é preciso "uma redução  segura" deste indicador no médio prazo. 

 

Lusa

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