Economia

Governo pode subir IVA e reativar CES em caso de chumbo da convergência de pensões

O Presidente da República deve mesmo enviar hoje para o Tribunal Constitucional o diploma sobre a convergência dos sistemas de pensões público e privado. No caso de mais um chumbo, o Governo terá já preparado um "plano B", segundo o jornal Expresso, que passará por reativar a contribuição extraordinária de solidariedade (CES) e subir o IVA.

Se os juízes declararem o diploma inconstitucional, o Executivo tem que compensar o buraco de 740 milhões que se abre nas contas orçamentais. Para isso, pode reativar a contribuição extraordinária de solidariedade e subir o IVA.

Cavaco Silva deve enviar hoje um comunicado a confirmar se enviou ou não o polémico diploma para o Tribunal Constitucional. Ontem, o Presidente deu sinais de que pode pedir a fiscalização preventiva.

"Não há a mínima dúvida, por aquilo que eu tenho dito sempre, que qualquer  diploma que chega à Presidência da República será analisado com grande rigor  e depois tomarei a decisão que eu considero que é a melhor do ponto de vista  do superior interesse nacional", declarou o chefe de Estado.

Na sexta-feira, Cavaco Silva sublinhou que o prazo para enviar para  o Tribunal Constitucional (oito dias a partir da sua receção em Belém) o  diploma que define o regime de convergência de pensões entre o setor público  e o setor privado apenas terminava no sábado e referiu que não cede a "nenhuma  pressão, venham elas de onde vierem". 

"Eu revejo-me exclusivamente por aquilo que considero superior interesse  nacional", sublinhou o chefe de Estado. 

O diploma do Governo que define o regime de convergência de pensões  entre o setor público e o setor privado e reduz em perto de 10% as pensões  de valor superior a 600 euros foi aprovado apenas com os votos da maioria  PSD/CDS-PP. 

Os cortes nas pensões do Estado, no âmbito da convergência dos regimes  da Segurança social e da Caixa Geral de Aposentações, vão variar progressivamente  entre os 9,87%, para as pensões obtidas antes de dezembro de 2005, e os  7,87%, para as pensões obtidas este ano. 

O diploma do Governo, que mereceu uma proposta de alteração pela maioria  parlamentar PSD/CDS, salvaguarda que o valor bruto das pensões de aposentação,  reforma, invalidez e sobrevivência pagas pela CGA não fique abaixo dos 600  euros, sendo os cortes aplicados a partir deste valor. 

Além da diferenciação em função do valor da pensão, a proposta do Governo,  para entrar em vigor a 01 de janeiro de 2014, diferencia ainda os cortes  em função da idade dos beneficiários da Caixa Geral de Aposentações, protegendo  de forma progressiva os pensionistas com pelo menos 75 anos. 

Com Lusa

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