Economia

BE defende alterações no abono de família e reposição do passe para todas as crianças

O BE apresentou hoje quatro propostas de alteração  ao Orçamento do Estado para combater à pobreza infantil relativas à reposição  do abono de família, majoração dessa prestação em caso de desemprego e reposição  dos passes de crianças.  

"Quatro medidas sobre abono de família, majoração do abono de família  em caso de desemprego e a reavaliação automática de escalão para acesso  à ação social escolar, bem como a reposição dos passes para crianças e jovens  como medidas mínimas, urgentes e exigentes para combater a pobreza infantil",  afirmou a coordenadora do BE Catarina Martins, em conferência de imprensa  na sede do partido. 

Segundo explicou, estas quatro propostas estão entre o conjunto de alterações  que o BE apresentou ao Orçamento do Estado para 2014 e são "diretamente  vocacionadas para a infância". 

Assim, uma das propostas o BE vai no sentido de repor o abono de famílias  às cerca de 600 mil crianças que deixaram de o receber em 2010, bem como  a majoração dos dois primeiros escalões desta prestação. 

Outra das propostas do BE é para a reavaliação automática do escalão  de abono de família para efeitos de ação social escolar. 

Conforme explicou Catarina Martins, neste momento quando uma família  perde rendimentos tem de esperar um mínimo de 90 dias desde a prova anual  de rendimentos até pedir um novo escalão. 

"Quando os rendimentos da família têm uma quebra, essa situação tem  de ser reavaliada automaticamente e inserimos um prazo de diferimento tácito  em 30 dias", adiantou a coordenadora do BE. 

A terceira alteração ao Orçamento do Estado para 2014 apresentada pelo  BE é para a majoração do abono de família em 20 por cento nos agregados  que estão afetados pelo desemprego. 

"Quase 3 em cada 10 crianças em Portugal vive em situação de carência,  segundo um estudo da UNICEF, número que sobe para 5 em cada 10 para situações  de famílias monoparentais, mas o risco sobe ainda para mais de 7 crianças  em cada 10 para agregados que são afetados pelo desemprego", frisou Catarina  Martins, considerando que se as famílias monoparentais já têm uma majoração  de 20 por cento do abono de família, isso também deve acontecer para as  famílias que são afetadas pelo desemprego. 

Como quarta medida, o BE defende a reposição dos passes 4-18 e sub23  para os transportes públicos. 

Enfatizando que Portugal é o único país da Europa em que uma criança  de quatro anos paga exatamente o mesmo que um adulto para andar de metro  ou de autocarro, Catarina Martins considerou que se trata de uma situação  que "não é aceitável". 

"O que o BE propõe é que todas as crianças voltem a ter acesso a 50  por cento de desconto no passe", disse. 

De acordo com a coordenadora do BE, estas quatro propostas "têm um impacto  financeiro relativamente diminuto no Orçamento do Estado", mas "são medidas  que podem significar o apoio de 50 euros por mês a famílias que neste momento  têm rendimentos de 700 euros". 

Embora sem quantificar o peso das quatro medidas, Catarina Martins adiantou  apenas que "juntas são cinco vezes menos do que o Estado gastou este ano  em SWAP" e que quando o abono de família foi retirado a 600 mil famílias  e acabou a majoração para os dois primeiros escalões, isso significou uma  poupança inferior a 300 milhões de euros. 

Segundo dados citados por Catarina Martins, Portugal é neste momento  o país da zona Euro com maior número de crianças carenciadas, com a taxa  maior de pobreza infantil e é simultaneamente o país "Em Portugal 27,4 por cento das crianças são carenciadas - a média da  zona Euro é 10,7 - e Portugal gasta com prestações sociais de apoio à família  apenas 0,7 por cento do PIB, quando a média europeia é de 1,3", disse. 

Lusa     

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