Economia

Martifer venceu concurso para a subconcessão dos Estaleiros de Viana

A administração dos Estaleiros Navais  de Viana do Castelo (ENVC) decidiu adjudicar a subconcessão dos terrenos  e infraestruturas ao grupo português Martifer, disse hoje à agência Lusa  fonte daquela empresa pública.

A decisão do conselho de administração, de adjudicar a subconcessão  dos ENVC, até 2031, à Martifer, que detém os estaleiros navais Navalria,  em Aveiro, resulta do relatório final elaborado pelo júri deste concurso,  presidido pelo procurador-geral adjunto João Cabral Tavares, disse a fonte.

A proposta do grupo português foi a única analisada pelo júri, após  exclusão de um investidor russo, por incumprimento dos requisitos do concurso.

A administração dos ENVC garantiu ainda, de acordo com o mesmo relatório,  o "cumprimento de todos os requisitos constantes do caderno de encargos"  deste procedimento por parte do agrupamento Martifer - Energy Systems, SGPS,  S.A. e Navalria - Docas, Construções e Reparações Navais, S.A. 

Contactado pela Lusa, o Ministério da Defesa Nacional remeteu qualquer  comentário sobre este assunto para o final de uma visita que o ministro  José Pedro Aguiar-Branco vai realizar esta sexta-feira a Vila Nova de Famalicão.

A administração da empresa pública admite que estão "garantidas as condições"  para a "continuidade da atividade industrial" nos terrenos dos ENVC, iniciando-se  agora a negociação com o grupo Martifer sobre os termos do contrato de subconcessão.

Os estaleiros empregam atualmente cerca de 620 trabalhadores. 

Este concurso envolve a subconcessão dos terrenos e infraestruturas  da empresa até 31 de março de 2031 e o programa de procedimento definia  que a escolha do vencedor seria feita apenas de acordo com dois critérios  de avaliação e respetivos coeficientes de ponderação, ambos de cariz financeiro.

É o caso da renda anual proposta pelos terrenos e infraestruturas, com  um peso de 70% na avaliação do júri. O segundo item prevê o pagamento de  uma caução, nunca inferior a 5% da soma das rendas anuais propostas durante  todo o período da subconcessão, equivalente a 209 meses, representando 30%  do peso da avaliação. 

Esta foi a solução definida pelo Governo português depois de encerrado  o processo de reprivatização dos ENVC, devido à investigação de Bruxelas  às ajudas públicas atribuídas à empresa entre 2006 e 2011, não declaradas  à Comissão Europeia, no valor de 181 milhões de euros. 

 

Lusa

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