Economia

Alemanha fora do euro teria um "efeito milagroso'' no resto da Europa, diz milionário George Soros

George Soros, o trigésimo homem mais rico do mundo, segundo a revista Forbes, fez duras críticas às políticas levas a cabo por Angela Merkel e defende a necessidade de se recuperar o espírito de cooperação e solidariedade entre os países da União.Numa entrevista ao jornal espanhol "El País", o milionário húngaro disse que se a Alemanha saísse do euro, os países devedores poderiam transformar-se em economias competitivas e diminuir as suas dívidas.

George Soros é o 30º homem mais rico do mundo segundo revista "Forbes"
© Thomas Peter / Reuters

George Soros faz duras criticas à Alemanha e defende que a Europa deve mudar de rumo. "É preciso mudar essa política que está a empurrar a Europa para a depressão a longo prazo e a aumentar as diferenças e divergências de competitividade", explicou ao "El País".

"A Alemanha deve decidir se quer refazer a Europa como originalmente estava destinada a ser, que pressupõe aceitar as responsabilidades necessárias para avançar nessa direção, ou deve sair do euro e deixar os países que acreditam nos eurobonds e podem combater a crise", diz George Soros.

O milionário húngaro considera que a saída da Alemanha do euro, não seria o fim da moeda única e que os páises devedores podiam sair beneficiados, porque além do euro teriam Banco Central Europeu.

"De repente, (os países devedores) tornavam-se economias competitivas e diminuiam significativamente sua dívida em termos reais com a desvalorização do euro. O ónus do ajustamento cairia sobre a Alemanha, que seria capaz de lidar com isso, embora com dificuldade, porque, de repente seus mercados seriam inundados pelas importações provenientes do resto da Europa."

Soros que está na 30ª posição do ranking dos homens mais ricos do mundo da revista "Forbes", explica que só é possível parar a espiral recessiva na União Europeia alterando as políticas.

"A política atual leva a uma dinâmica que consiste em sofrer uma crise atrás da outra, porque só quando o quadro se torna muito feio os países credores liderados  pela Alemanha extendem apoio aos devedores", explicou ao "El País".

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