Economia

Líder da CGTP acusa Governo de se constituir num "perigo público" 

O líder da CGTP, Arménio Carlos, acusou hoje,  em Coimbra, o Governo de ter atingido níveis de "insanidade" que o tornam  num "perigo público" para as funções sociais do Estado e para os portugueses.

O dirigente sindical, que participava na marcha contra o empobrecimento,  que percorreu esta tarde as principais ruas da cidade do Mondego, criticou  o Executivo de Pedro Passos Coelho de querer manter e "intensificar a mesma  política" que levou o país à recessão e a uma taxa de desemprego sem precedentes.

"Ao invés de reconhecer que estávamos perante um plano (da "troika")  fracassado, que colocou o país numa situação de recessão económica, de desemprego  como nunca tivemos, de empobrecimento generalizado da população, de aumento  das desigualdades e também da exclusão, o que o Governo nos diz é que vai  continuar e intensificar a mesma política", lamentou o sindicalista. 

Para o líder da CGTP, os portugueses estão perante um Governo que "atingiu  níveis de insanidade" porque "se constitui, neste momento, já como um perigo  público para a saúde, Segurança Social, educação e para os portugueses".

Arménio Carlos reagiu ainda com indignação à hipótese do Executivo de  Passos Coelho estar a preparar o aumento da idade de reforma para os 67  anos, tal como a TSF avançou hoje. 

"Não precisamos de aumentar a idade de reforma para os 67, porque a  reforma da Segurança Social já define, com o aumento da esperança de vida,  uma penalização pelos trabalhadores que entretanto solicitam a reforma e  que será tanto maior quanto menor for a sua idade no mercado de trabalho",  explicou o líder sindical. 

"Estamos a falar de um processo que, porventura, se continuar a verificar  colocará os jovens trabalhadores 30 ou 40 anos numa situação de reforma  com uma pensão de 40, 50, no máximo 60%, daquilo que hoje é auferido pelos  outros trabalhadores que passam à reforma", acrescentou. 

Segundo o coordenador da CGTP, "a consolidação financeira da Segurança  Social não se faz pelo aumento da idade de reforma, mas antes com uma outra  política que aposte no crescimento, no emprego e com uma outra distribuição  de rendimentos". 

Cerca de quatro centenas de trabalhadores participaram esta tarde na  marcha contra o desemprego, que no distrito de Coimbra atinge 30 mil pessoas,  gritando palavras de ordem e empunhando faixas entre a avenida Fernão Magalhães  e a Praça 8 de maio, com passagem pela rua da Sofia. 

Lusa

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