"O país tem feito as coisas certas, o que prometeu. E quero apenas dizer de forma muito clara que este momento é o momento mais difícil no processo de recuperação, porque já tomaram o remédio, soube mal e ainda não viram a recuperação", afirmou o chefe do executivo finlandês, em declarações aos jornalistas no final de uma audiência com o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, no Palácio de Belém.
Jyrki Katainen, que iniciou hoje uma visita de dois dias a Portugal, falou de Portugal como um país fiável, que "faz o que promete", sublinhando que já fez a maioria das reformas estruturais a que se comprometeu.
Contudo, acrescentou, todos entendem que "a situação é muito difícil" em Portugal, até porque não há estabilidade na zona Euro.
De qualquer forma, continuou, quando se olha para alguns sinais, nomeadamente a "forma impressionante" como as exportações têm aumentado e as melhorias na balança externa, já se consegue ver a recuperação.
"Mas, para os cidadãos em geral, a realidade é diferente. Agora precisamos apenas de paciência", referiu.
O primeiro-ministro finlandês lembrou que o seu próprio país também já passou por momentos difíceis nos anos 90, tendo igualmente aplicado a "receita" da austeridade, nomeadamente através de cortes nos benefícios sociais e na saúde.
Ao mesmo tempo, a Finlândia começou a investir na investigação, liberalizou o setor das telecomunicações e o mercado de trabalho e reduziu os impostos das empresas.
"Este momento é o momento mais difícil para os portugueses, porque já tomaram o remédio, soube mal, e não viram ainda a recuperação. Mas, ela virá", reiterou.
Lusa