Economia

PR só deve aceitar demissão do Governo depois do Conselho Europeu, defende Henrique Neto

O histórico do PS Henrique Neto aconselhou hoje o Presidente da República a não aceitar a demissão do Governo caso o primeiro-ministro a apresente, mantendo os poderes do primeiro-ministro intactos durante a Conselho Europeu.

Henrique Neto, histórico do PS
"Se eu fosse Presidente da República, não hesitaria hoje quando o primeiro-ministro lá me chegasse com a carta de demissão e dizia-lhe 'não senhor, não aceito. Daqui a um mês, 45 dias ou 80 dias aceito, neste momento não", defendeu Henrique Neto em declarações à Lusa.



"O país não resiste a estar sem Governo num momento em que se vai tratar" de "clarificar a situação política e financeira" de Portugal na União Europeia, sublinhou o socialista.



Embora admita ter dúvidas de que Aníbal cavaco silva tome essa atitude "porque ele não é propriamente uma pessoa muito corajosa nestas circunstâncias", Henrique Neto recomenda que não convoque de imediato eleições caso o Governo se demita hoje na sequência do "chumbo" do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) IV.



Henrique Neto considera que o dia de hoje é "previsível" já que "toda a agente está convencida que o PEC vai ser chumbado e o primeiro-ministro pedirá demissão", mas considera a situação "uma desgraça".



Para o histórico do PS, este "é o pior momento possível e imaginável para abrir uma crise política", apesar de afirmar não ser "fã de José Sócrates" porque "é um mau primeiro-ministro" e "já deveria ter ido embora há mais tempo se o PS fosse um partido com pessoas independentes e patriotas que defendessem o interesse nacional".



No entanto, ressalva, "fazê-lo agora, a horas da cimeira europeia onde se vai decidir aquilo que para Portugal é vital, que é uma forma de refinanciar a dívida pública de modo a torná-la suportável pelos portugueses ainda que alongando-a no tempo, parece-me irreal e irresponsável".



O atual empresário considera que a responsabilidade da situação "é dos dois lados (Governo e PSD)" porque os sociais-democratas também "não apresentaram propostas alternativas às que o Governo apresentou para o PEC" que dessem início a uma negociação.



(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)

Lusa

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