Uma crise política, refere o FT, "poderia levar a eleições antecipadas e a um resgate financeiro internacional" de Portugal e "ameaça dominar a cimeira europeia", na qual se esperava uma solução para resolver a crise de dívida.
Para sustentar este argumento, o FT refere-se aos níveis recorde dos juros da dívida soberana e ao nervosismo do mercado apesar das medidas de austeridade anunciadas pelo Governo de Lisboa.

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O eventual cenário de eleições antecipadas, considera, poderá "forçar o país no caminho para um resgate, que já foi percorrido pela Grécia, na primavera do ano passado, e pela Irlanda, no final do ano passado".
"Portugal tem resistido a pedir um resgate mas economistas e especialistas do mercado acreditam que a sua batalha pode estar a terminar", escreve, citando economistas que dão conta do elevado custo da dívida.
"Parece ser já uma questão de quando e não de 'se'", acrescenta o Guardian, citando uma economista.
O New York Times (NYT) também considera que "o pacote de austeridade provoca impasse em Portugal", com o Governo "a lutar pela sobrevivência".
Enquanto a crise política se resolve, sublinha o jornal, "os investidores deverão aumentar a sua pressão sobre Portugal para que solicite fundos de emergência".
Ainda assim, o NYT recorda que o novo pacote de medidas é o "quarto proposto pelo Governo no último ano" e que "a credibilidade do Governo foi ainda mais enfraquecida devido às previsões económicas" de Portugal.
"Cortes nos gastos ameaçam também provocar maior tensão social no país", acrescenta.
O Wall Street Jornal (WSJ), por seu lado, refere que "o futuro de José Sócrates está em jogo", com a recusa do pacote de austeridade a levar à demissão do Governo e a "empurrar o país mais próximo de um resgate financeiro da UE e do FMI".
"A crise política surge num momento delicado. Portugal enfrenta pagamentos de 4,23 mil milhões de euros em dívida no próximo mês. Incerteza sobre as linhas da política económica aumentariam os já elevados custos da dívida, tornando mais difícil evitar um resgate", considera.
A situação em Portugal merece ainda destaque em vários outros jornais de referência, como o Washington Post, nomeadamente através de várias notícias publicadas pelas agências internacionais como a AP, Reuters e AFP.
(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)
Lusa