A 2 de abril de 2025, há apenas três meses, Diogo Jota marcava em Anfield o último golo da carreira, que daria a vitória ao Liverpool no dérbi da cidade. Aos 28 anos, cumpria-se ao mais alto nível e chegava ao lugar onde o pequeno Jota de seis anos sempre sonhou chegar.
Mas foi em Gondomar que deu os primeiros passos no futebol, experimentou o sabor do golo e decidiu que queria ser jogador. Foi lá que cresceu até aos 17 anos, até se tornar profissional no Paços de Ferreira.
“O meu sonho sempre foi ser jogador profissional de futebol, o Paços de Ferreira deu-me essa oportunidade e vou agarrá-la com todas as forças. Espero aprender muito e não defraudar as expectativas porque é um mundo completamente diferente do que estou habituado”, dizia em 2014.
No Paços de Ferreira fez 47 jogos e marcou 18 golos. Jorge Mendes descobriu-o antes de todos. Foi quem o levou até ao Atlético de Madrid, que nunca o utilizou, e emprestou-o por duas vezes. Primeiro ao FC Porto, onde reencontrou o irmão André, que jogava nas camadas jovens.
Com a camisola do FC Porto fez 38 jogos e apontou nove golos.
Mas despediu-se de Portugal e seguiu viagem para Inglaterra.
“Estou muito entusiasmado, é um clube enorme, histórico, e é sempre um objetivo jogar em Inglaterra e isto é uma grande oportunidade. (...) Eu vou dar o meu melhor, vou correr muito de certeza e espero marcar muitos golos e fazer muitas assistências”, dizia, em 2017, na chegada ao Wolverhampton.
Foi nos Wolves que subiu mais um degrau na escada dos sonhos e chegou à Premier League, considerada a melhor liga do mundo.
Em 2019 foi chamado à Seleção Nacional por Fernando Santos. Diogo Jota ganhou dois títulos por Portugal, duas Ligas das Nações, a última erguida há menos de um mês.
Em 2020, chegou ao Liverpool por quase 50 milhões de euros. O menino de Gondomar chegava a um dos melhores clubes do mundo.
Estava há cinco temporadas em Anfield, era um dos jogadores mais preponderantes e não precisou de muito tempo para convencer tudo e todos do que valia.
Fora de campo também fez a diferença. Sempre ligado ao futebol de uma forma ou de outra, era o único jogador português de futebol a ter uma equipa de eSports. Jota era a cara do futebol virtual e um exemplo para todos os que praticam a modalidade.
Aos 28 anos, passava pelo melhor momento da carreira e da vida. Em maio foi campeão inglês, em junho da Liga das Nações, e há duas semanas casou com a namorada da adolescência.
Deixa três filhos, mas leva a imortalidade no futebol e nas vidas que tocou.