Desporto

Quem esteve "no pior e no pódio" do Sporting-FC Porto?

Quem foram os melhores e os piores do Clássico? Confira as notas do comentador SIC João Rosado no regresso da rubrica “No pior e no pódio”.

MIGUEL A. LOPES

João Rosado

NO PIOR…

Diomande (4)

As últimas atuações parecem apontar para alguma displicência ou quiçá sobranceria. Estar no lugar do “patron” depois da saída de Coates obriga a grande sobriedade e a permanente concentração, virtudes que Ousmane não tem revelado. Aos 16’ falhou clamorosamente o corte depois de cruzamento perigoso de Martim e seis minutos depois correspondeu muito mal a um livre bem tirado por Pote, desperdiçando boa situação para marcar.

Imponente do ponto de vista físico, o marfinense, é verdade, não teve dificuldades de maior perante Namaso mas os lançamentos longos para Geny foram quase todos mal medidos.

Pepê (3)

Colocado na esquerda para possibilitar um apoio expressivo a Galeno na hora de defender (flanco contrário assumido pelos novos Martínez, leia-se Quenda e Trincão...), o internacional brasileiro não teve um rasgo à altura da sua classe. Nem sequer foi capaz de aproveitar o nervosismo inicial de um Quaresma que rapidamente percebeu que tinha ali campo para “lavrar” face ao cinzentismo de um dragão que costuma ser temível nas incursões para zona interior.

Pepê pode estar ainda à procura do seu ritmo e seja lá como for dá a impressão de ser metade do jogador que é quando o mandam para longe do corredor direito.

Nico (3)

A peça que pode resumir as novas ideias de Vítor Bruno, desta vez, esteve a milhas do comportamento excecional. Sempre mais confortável no corredor central, o ex-Barcelona não conseguiu expressar-se quando foi chamado a descair mais sobre a esquerda, obrigação decorrente da constituição do losango suportado atrás por Varela, à frente por Namaso e nos vértices interiores por Vasco e Nico.

A intenção do míster visitante passava pela constante libertação de Pepê e Iván Jaime nas alas, até como método para manter Galeno apto a surpreender em rápidas transições. Amarelado aos 54’ por falta sobre Trincão.

... E NO PÓDIO

Gyokeres (9)

Esteve fulgurante como (lhe) é típico apesar de enfrentar a defesa que na Liga ainda não sofrera golos. Aos 26’, disparou à malha exterior, 10 minutos depois contornou Diogo Costa e tentou dar o golo a Trincão (lance anulado por falta de Hjulmand), “terminando” a primeira parte com uma bela assistência (40’) para um desvio subtil de Pote.

Viktor tentou cantar vitória aos 52’ com um remate que Varela “invalidou” sobre a linha de baliza. O argentino, qual guarda-redes, não foi em cantigas mas aos 72’ o keeper Diogo Costa nada podia fazer para silenciar o penálti do sueco. Sacou amarelos a Otávio (69’) e Eustáquio (90+3’).

Pote (8)

Uma primeira parte em cheio, alimentado a gasolina super depois da chamada de Roberto Martínez. Aos 17’ ofereceu a Trincão a primeira grande oportunidade (um corte de Zé Pedro evitou o 1-0), nove minutos depois assinou um lance espetacular que deixou Gyokeres na cara de Diogo Costa e ainda antes do intervalo (40’), com um desvio subtil, levantou as bancadas de Alvalade, que já festejavam.

A cumplicidade de Pote com o melhor marcador da Liga garante momentos de enorme frisson para as defesas contrárias e enriquece o futebol desenhado nos corredores por Quenda e Geny (soberbo remate a rubricar o 2-0).

Galeno (7)

Está feito um senhor defesa-esquerdo... mesmo com a defesa a quatro. Claro que a presença de Alan Varela perto dos centrais ajuda a libertar Galeno e convida-o a ser igual a si próprio em terrenos adiantados. O que enobrece a progressão do internacional canarinho é a astuta percepção tática, potenciando-lhe os momentos ofensivos. Além de nunca ter permitido aventuras de sonho a Quenda, o camisola 13 do FC Porto foi o único a testar os reflexos de Kovacevic, com o bósnio a ter de revelar toda a atenção na sequência de perigosos remates desferidos aos 41’ e aos 61’.

O mercado já acabou mesmo para Galeno?

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